Ciência & Tecnologia : Após 20 anos da morte da ovelha Dolly, saiba como estão vacas, cabras e veados clonados no Ceará
Enviado por alexandre em 23/02/2023 11:02:15

Iniciativas são destinadas à produção de medicamentos e até ações contra extinção de espécies usa técnica celular

Há 20 anos a ovelha Dolly – primeiro clone de mamífero, criado na Escócia – precisava ser sacrificada e atraía a atenção do mundo para o tema científico. Em solo cearense, as primeiras cabras e vacas clonadas nasceram há quase 10 anos numa pesquisa destinada à criação de medicamentos contra vários tipos de câncer.

 

Além disso, especialistas cearenses também analisam como embriões clones de veado-catingueiro podem reduzir o risco de extinção da espécie. Dessa forma, a clonagem acontecem com próposito de contribuir para a saúde humana e preservação ambiental no Ceará.

 

Em ambas as iniciativas, a técnica aplicada parte do mesmo princípio do que deu origem à Dolly. Com o avanço da tecnologia, os animais clonados apresentam boa saúde e vivem como os gerados naturalmente.

 

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Os laboratórios da Universidade de Fortaleza (Unifor) e da Universidade Estadual do Ceará (Uece) são as “maternidades” dos bichos clonados no Ceará.

 

Em 2014, a cabra “Gluca” nasceu como resultado de clonagem animal para a produção da substância glucocerebrosidase, na primeira leva de clones da Unifor. Para isso, foi feita uma modificação genética a fim de gerar essa proteína no leite.

 

Naquele ano, 3 vacas da raça guzerá também foram clonadas. Os estudiosos, nesse caso, avaliam como os animais podem servir para a criação de biofármacos, que são medicamentos gerados por meio de algum organismo vivo.

 

Entre eles, uma alternativa para o tratamento da doença de Gaucher, que compromete o funcionamento do baço e fígado, além de combater câncer de pulmão, rins, ovários e do tipo colorretal.

 

O trabalho acontece para aperfeiçoar a plataforma e adequar aos parâmetros de agências reguladoras. Essa é a base para buscar futuras parcerias e poder disponibilizar medicamentos, como explica o pesquisador Leonardo Tondello.

 

Leonardo, que faz parte do Núcleo de Biologia Experimental (Nubex) e ensina no curso de Veterinária da Unifor, aponta que os testes in vitro e em camundongos são positivos na redução dos tumores e metástases.

 

“Tem alguns biofármacos que nós já produzimos e nos apresentaram cenários bem interessantes, como o anticorpo monoclonal. Tem uma versão comercial utilizada contra câncer de pulmão, rim, ovários, colorretal e uma série de outros tipos”, completa.

 

Novos animais transgênicos foram produzidos em 2016 e em 2019 e os cientistas atuam na continuidade da pesquisa.

 

“Quando nós iniciamos esse trabalho, em 2009, nós imaginávamos que a plataforma seria dominada facilmente, mas ainda há pontos cruciais que ainda precisam ser dominados. É nisso que estamos trabalhando no momento”, conclui.

 

CLONAGEM CONTRA EXTINÇÃO

 

 

Há cerca de 4 anos a preocupação com a possibilidade de extinção da espécie conhecida como veado-catingueiro, Mazama gouazoupira, motivou trabalhos para a clonagem do animal na Uece.

 

"Essa espécie é a única da região Nordeste e está diminuindo bastante devido ao tráfico e às atividades da humanidade, como a redução da área desses animais", como alerta Vicente Freitas, pesquisador e professor da Faculdade de Veterinária da Uece.

 

A técnica utilizada pelos cientistas não depende dos óvulos da espécie, sendo o material de vacas, cabras e ovelhas também funcionais. Nesse caso, do bicho ameaçado de extinção é preciso apenas de células da pele.

 

O grupo, integrado ao Programa Cientista-Chefe da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), já conseguiu produzir embriões e a próxima etapa, de gerar um animal vivo, deve acontecer esse ano. Para isso, é preciso uma fêmea de veado-catingueiro para a gestação de 7 meses.

 

Esse é um esforço que pode repovoar alguns espaços com os animais para manter a presença da espécie na natureza.

 

"Parece muito simples, porém é um processo muito delicado e de baixíssimo rendimento, mas que tem sido usado para salvar algumas espécies da extinção”, frisa Vicente.

 

COMO ACONTECE A CLONAGEM

 

Fotos: Reprodução

 

Os dois exemplos cearenses de clonagem acontecem com algumas similaridades. Para a produção de cabras, é feita uma biópsia da pele do animal a ser clonado e essa amostra passa por um processo de multiplicação de células.

 

 


O material é congelado em nitrogênio líquido até o momento adequado. “Para a clonagem em si precisamos de um lado dessas células e de óvulos, que tem a maquinaria necessária para a produção de um embrião”, completa Leonardo.

 

Fonte: Diário do Nordeste

 

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