Crescimento dos evangélicos foi objeto de estudo de um cientista político
De acordo com dados citados por uma pesquisa do Centro de Estudos da Metrópole (CEM) da Universidade de São Paulo (USP), cerca de 17 novas igrejas foram abertas diariamente no Brasil em 2019.
O crescimento do segmento evangélico foi objeto de estudo do cientista político, Victor Araújo, associado do CEM, que chegou a fazer um panorama da mudança religiosa do país nas últimas décadas.
Segundo ele, poucas igrejas foram abertas pelo país do início dos anos 1900 até 1950 e que o crescimento começou mesmo após os anos 1960.
– A gente passou de cerca de 100 igrejas nos anos 60 para mais de 60 mil templos em 2015. Então a gente tem um crescimento vertiginoso nas últimas décadas – declarou o pesquisador ao Jornal da USP.
Para ele, há “poucos precedentes na história recente do mundo de um crescimento de uma transição religiosa tão acelerada como essa que a gente está vendo no Brasil”.
Inclusive, Araújo chega a comparar o crescimento das igrejas protestantes no país com o que aconteceu na Europa. Por lá, a transição religiosa demorou cerca de 500 anos e no Brasil foram quatro décadas.
O pesquisador entende que pelo menos três fatores contribuíram para isso: a urbanização do país que levou a migração para o Sudeste; o incentivo para a abertura de novos templos; e o investimento das igrejas com rádios e televisões.
– Essas coisas meio que se retroalimentam, a ordem aqui geralmente é: mais igrejas abertas, mais fiéis, mais coleta de dízimo e mais capitalização – analisa Araújo.