Ciência & Tecnologia : Inteligência artificial: mulher paralisada após AVC volta a 'falar' através de um avatar digital
Enviado por alexandre em 28/08/2023 09:39:22

Foto: Reprodução

Uma mulher que ficou completamente paralisada após um acidente vascular cerebral conseguiu voltar a se comunicar após receber um implante que capta sinais de regiões do cérebro associadas à fala e à linguagem e os envia para um computador que, por meio de inteligência artificial, traduz os sinais cerebrais em frases.

 

Dois anos atrás, Ann Johnson leu uma notícia sobre um grupo de médicos e cientistas da Universidade da Califórnia que foram capazes de traduzir em palavras os sinais cerebrais de um paciente com paralisia e que tentava se comunicar.

 

Animada com esse estudo, Ann entrou em contato com a equipe. Sean Metzger acompanhou os testes com o primeiro paciente, que se identifica apenas como Pancho, e também com Ann.

 

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"No nosso primeiro participante, usamos um sistema com 128 eletrodos. Com a Ann, usamos 253 eletrodos o que realmente ajuda a melhorar a decodificação."

 

Sean conta que, para calibrar o sistema, a inteligência artificial precisou aprender com diversas frases ditas por Ann. Foram necessárias cerca de 18 horas de dados dela tentando falar, quase 9.000 frases.

 

A equipe utilizou uma placa fina como papel que continha os eletrodos. Essa placa foi implantada na parte interna do crânio de Ann, em cima das áreas do cérebro que enviam comandos para a fala. Os eletrodos interceptam os sinais cerebrais que são enviados para os músculos dos lábios, língua, mandíbula e laringe quando uma pessoa tenta falar alguma palavra. Um cabo, conectado a uma entrada fixada na cabeça de Ann, envia os dados para um computador com um sistema de inteligência artificial. E um avatar, uma personagem digital, vocaliza as palavras que Ann quer dizer."

 

Para recriar a voz dela, a equipe usou um antigo vídeo de casamento. E Ann também pôde escolher como que seria o seu avatar.

 

"Tivemos esse resultado incrível por causa dos avanços no que chamamos de aprendizado da máquina", diz Parag Patil, neurocirurgião e engenheiro de biomedicina.

 

A pedido da revista americana Nature, ele revisou o estudo da equipe da universidade da Califórnia.

 

"As pessoas provavelmente já ouviram falar do Chatgpt, que coleta muitas informações de toda a internet e muito rapidamente cria um discurso. As mesmas técnicas são usadas para reunir todos esses sinais do cérebro e descobrir o que o paciente está tentando dizer", explica.

 

A equipe que fez o estudo com Ann acredita que num prazo entre 2 e 4 anos consiga desenvolver uma versão sem cabos ligados à cabeça do paciente. O neurocirurgião acredita que veremos muitas novidades nos próximos anos.

 

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"O quão maravilhoso seria se pudéssemos fazer com que alguém andasse novamente ou se pudéssemos permitir que alguém falasse, mesmo depois de ter perdido a capacidade de falar. Eu acho, que com o progresso que estamos vendo, isso acontecerá nos próximos 10 a 15 anos", diz Parag Patil.

 

Fonte: G1

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