O ChatGPT pode se tornar uma ferramenta no controle de futuras pandemias. Ao menos, é o que sugere um estudo da Universidade Estadual da Virgínia, nos Estados Unidos. Pesquisadores utilizaram o chatbot da OpenAI para simular uma epidemia na fictícia cidade americana de Dewberry Hollow, com 100 habitantes.
Os cientistas analisaram como a população virtual reagiu ao surto de um vírus hipotético, batizado de Catsate. A experiência demonstrou que as personas se tornavam mais propensas a praticar o isolamento social quando tinham acesso a informações sobre saúde coletiva, notícias sobre a epidemia e contagem diária de casos ativos na cidade. E, com a redução de circulação de pessoas nas ruas, o contágio também diminuía.
A experiência com IA acontece em meio a um aumento de 68% de casos de Covid-19 no mundo, segundo relatório da OMS divulgado na última sexta-feira (25), e pode apontar estratégias eficientes de contenção de doenças e gestão de saúde pública. O estudo também reforça a importância da divulgação de dados qualificados, que orientem a população em casos de epidemia. Diante da propagação de fake news sobre o coronavírus, que contribuíram para a morte de milhares de pessoas nos últimos anos, a pesquisa americana é mais uma evidência dos riscos da desinformação.
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Os pesquisadores americanos treinaram o ChatGPT para simular o comportamento de 100 personas. Cada personagem foi criado com seu próprio nome, idade, profissão, biografia e características. A equipe compartilhou os perfis de alguns desses personagens, como, por exemplo, a desconfiada e independente Liza, de 29 anos; a tranquila e cooperativa Carol, de 36; e o cruel e espontâneo Eugene, de 64. O modelo de IA foi instruído com base em uma grande quantidade de dados de linguagem natural e passou a gerar respostas realistas para cada um dos 100 agentes virtuais.
Os bots moradores de Dewberry Hollow foram alimentados com informes sobre suas atividades profissionais e estado de saúde, além de dados sobre o desenvolvimento da epidemia na cidade. Com o uso da inteligência artificial, os personagens puderam correlacionar diferentes informações e tomar decisões de forma coerente com a sua identidade e consistente com padrões reais de comportamento humano.
Para tornar a simulação mais realista, os agentes virtuais foram criados por meio de uma abordagem bottom-up, na qual os pesquisadores coletam dados de estudos existentes sobre personalidade, comportamento e saúde para usar como modelo. Os cientistas também utilizaram dados reais de epidemias anteriores para informar ao ChatGPT sobre propagação de doenças e decisões que os personagens deveriam tomar. Ao incorporar o comportamento humano em um modelo epidêmico com IA generativa, foi possível criar modelos mais precisos, que levavam em consideração decisões individuais de seres humanos de verdade.
O estudo evidenciou que quanto maior era o número de infectados por dia, mais os agentes virtuais tendiam a se isolar em casa. A decisão dos personagens se baseava nas informações que recebiam sobre a pandemia e a própria saúde, além de sua suposta rotina e personalidade. O padrão encontrado se assemelha aos resultados de pesquisas empíricas com humanos, que mostram como as pessoas respondem à mudança na prevalência de doenças ou taxa diária de mortes. Isso significa que a população criada por IA fez escolhas parecidas com as de pessoas reais em situações de epidemia.
A conclusão indica que sistemas como o modelo da Virgínia Tech poderão ser testados futuramente para prever a propagação de doenças e avaliar a eficácia de estratégias de controle de epidemias. Além disso, a abordagem bottom-up, utilizada no estudo, tende a ser aplicada em outras áreas, como economia comportamental e ciências sociais, permitindo antecipar e analisar padrões de comportamento em contextos complexos.
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Fonte: Tech tudo