Oleksii Reznikov, ex-ministro da Defesa da Ucrânia, afirmou que não existe negociação com a Rússia e que Vladimir Putin quer destruir o país vizinho, que invadiu em fevereiro do ano passado, para “assimilar” os cidadãos. “A Rússia exige o reconhecimento dos territórios ocupados da Ucrânia como seu território em troca do fim da guerra”, apontou o militar.
De acordo com artigo escrito por Reznikov para o jornal britânico The Guardian, Putin, quando fala em acordo, só quer ganhar tempo para se recuperar e que ele não quer reconhecer a existência da Ucrânia.
“Seu objetivo é a destruição do Estado ucraniano e a assimilação dos ucranianos”, escreveu o ex-ministro. “Deixar a Rússia obter os recursos da Ucrânia […] só aumentará as ambições do Kremlin e levará a uma nova grande guerra na Europa Oriental, que envolverá inevitavelmente a Otan – com todos os riscos resultantes”, continuou.
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Por isso, ele diz que o único modo de evitar uma 3ª Guerra Mundial é a união de outras nações contra a Rússia, voltar às fronteiras da Ucrânia em 1991, retirar as tropas russas, reparações e punir “criminosos de guerra”.
“Peço unidade, coragem e ação consolidada. Essa é a única maneira de salvarmos este mundo da catástrofe da 3ª Guerra Mundial”, termina o militar.
Reznikov deixou o cargo na última segunda-feira (5/9), afastado pelo presidente Volodymyr Zelensky. A saída se deve a escândalos em compras do Ministério da Defesa ucraniano. Apesar de ele não estar envolvido no esquema, o governo achou melhor afastá-lo.
A contra-ofensiva da Ucrânia, de acordo com analistas internacionais, não tem feito progressões consideráveis. O sul do país, por exemplo, continua sob custódia da Rússia desde o ano passado.
Mas o discurso de Reznikov coincide com a análise do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken. Ele esteve na Ucrânia na última quarta-feira (6/9), com a promessa de 1 bilhão de dólares em nova ajuda militar e afirmou que o avanço diplomático em relação a Moscou é de poucas perspectivas.
Do mesmo modo, outros aliados ucranianos afirmam que o país precisa de dar passos para trás a fim de evitar a continuação do conflito. Stian Jenssen, assessor da Otan, disse há algumas semanas que Kiev teria que ceder terras à Rússia para chegar à paz. Horas depois, teve que pedir desculpas.
Fonte: Metrópoles