Uma onda de calor excepcional atingirá grande parte do Brasil nos próximos dias com temperaturas que devem quebrar recordes para o mês de setembro e, talvez, em números absolutos, é o que adverte a MetSul Meteorologia.
Esta semana já começa com muito calor no Centro-Oeste e no Sudeste, mas a partir da segunda metade da semana, uma massa de ar se reforça ainda mais com temperaturas excepcionalmente elevadas. O calor excessivo expõe a saúde ao perigo, requerendo a atenção das autoridades.
A massa de ar quente vai produzir temperaturas acima de 40º em estados como o Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal, Rondônia, Amazonas, Pará, Tocantins, Bahia, Piauí e Maranhão.
Mas a situação térmica deve ser pior no Mato Grosso e no Mato Grosso do Sul, onde a temperatura deve atingir marcas extremas entre 43º a 45º.
RECORDES PODEM SER DERRUBADOS A maior temperatura registrada oficialmente até hoje no Brasil foi de exatos 44,8º em Nova Maringá, Mato Grosso, nos dias 4 e 5 de novembro de 2020.
Neste evento climático que se aproxima, recordes mensais e até absolutos podem cair em razão do calor extremo.
Sertão brasileiro está em torno de 2,5°C acima da média global, aponta estudo da USP
Foto: Reprodução
Estudo feito em quatro décadas mostra que enquanto o planeta luta para não aquecer acima de 1,5°C, o sertão já passou desse limite. Artigo completo será divulgado no fim de 2023
Um estudo de quatro décadas ao qual o Globo Repórter teve acesso em primeira mão aponta que a situação de aquecimento no sertão está acima da média global. No planeta, a luta é para não aquecer acima de 1,5°C, limite que já foi ultrapassado na região.
"A gente tem até em torno de 2,5°C acima da média global", revela Francisco Cruz Júnior, geólogo do Instituto de Geociências da USP.
O Francisco explora essas cavernas desde 1993. Com uma das maiores médias de aquecimento do planeta, o sertão imortalizado por Guimarães Rosa pode estar ameaçado. O Globo Repórter desta sexta-feira (15) revisitou os cenários naturais que inspiraram a obra "Grande Sertão: Veredas".
"A água que infiltra no solo, ela evapora mais rapidamente, antes mesmo de infiltrar. As nascentes vão ficando cada vez mais secas. Desculpa, mas podem desaparecer", completa o geólogo.
O artigo completo desse estudo será divulgado no fim de 2023. "Do sertão está saindo um alerta para o mundo", acrescenta Francisco.