A vida está paralisada para uma vila flutuante, agora encalhada em planícies lamacentas formadas pela seca severa que atinge a região da floresta amazônica.
Principais meios de transporte, barcos a motor inclinam-se na lama, não mais trazendo peixes, frutas e legumes, nem levando turistas para ver o encontro das águas dos rios Negro e Solimões, onde formam o rio Amazonas.
À medida que o lago Puraquequara secou, também evaporaram os negócios para os proprietários de barcos e lojas flutuantes atolados na lama.
Veja também
Quatro rios da Bacia Amazônica chegam ao menor nível histórico em setembro; veja impactos
Desmatamento na Amazônia cai em setembro, aponta o Inpe
"Nossas lojas não têm clientes. Estamos isolados, os barcos não podem entrar ou sair do lago", disse o morador local Isaac Rodrigues. "Estaremos aqui até que Deus nos envie água."
O governo federal disse na semana passada que prepara assistência emergencial aos habitantes da região amazônica, atingida pela seca recorde que drenou os rios —seu suporte de vida.
Assim como as enchentes na região Sul do Brasil, a seca na amazônia é resultado do fenômeno El Niño, que aquece as águas superficiais do Oceano Pacífico, dizem especialistas.
Alguns rios que atravessam a vasta floresta amazônica acumularam volumes de peixes mortos à medida que a seca foi piorando.
As carcaças de cerca de 120 botos foram encontradas flutuando em um afluente do rio Amazonas em circunstâncias que os especialistas suspeitam terem sido causadas por severa seca e calor.