Além de muito estudo, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) exige que os estudantes conheçam o tipo de prova e tracem estratégias para responder às questões. Isso porque o exame utiliza uma metodologia para calcular a nota que considera a coerência dos acertos obtidos, e não apenas a quantidade.
Ou seja, de acordo com a Teoria de Resposta ao Item (TRI), não basta acertar muitas questões. É preciso haver um equilíbrio entre os acertos dos itens fáceis, médios e difíceis. Se o aluno, por exemplo, errar uma questão fácil sobre um determinado assunto e acertar a difícil, o sistema entenderá que o acerto foi ao acaso, o famoso “chute” – e a questão valerá menos para o cálculo da nota final.
– O ideal é acertar as duas; o coerente, é acertar a fácil e errar a difícil. E o incoerente é acertar uma questão difícil e errar a fácil, já que muitas vezes você precisa do mesmo conhecimento para resolver as duas. Então o Enem penaliza esses acertos considerados “ao acaso” – explica Rodrigo Magalhães, professor da Plataforma AZ.
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Diante disso, o que fazer no dia da prova? Professores consultados pelo GLOBO indicam quais são as melhores estratégias a seguir ao responder as questões.
Este conteúdo faz parte do canal digital especialmente voltado para estudantes do Enem, e criado em parceria com a Plataforma AZ de Aprendizagem. Até a data da prova, que acontecerá nos dias 5 e 12 de novembro, reportagens exclusivas serão publicadas no site do jornal. Os alunos também podem acessar gratuitamente um almanaque especial com dicas preciosas para os candidatos.
Primeiro, dizem os especialistas, é preciso garantir que todas as questões fáceis sejam respondidas, preferencialmente sem erros, claro. Uma boa estratégia pode ser percorrer a prova por completo, resolvendo os itens mais simples e deixando aqueles que parecem mais complexos para um segundo momento. Mas é importante ler todos os enunciados, até o fim de cada caderno, para depois voltar às questões não respondidas.
– Dessa forma, diminuímos o risco de ter que chutar as questões fáceis do final do caderno de prova por falta de tempo, por exemplo – observa Vinícius Proto, professor de Matemática da Escola SEB Rio Preto, de São Paulo.
Por ser um exame com muitas questões (45 por área do conhecimento, além da redação), o Enem exige que o participante resolva as questões rapidamente, com média de poucos minutos para cada uma. Assim, responder corretamente às questões mais fáceis também colabora na gestão do tempo e ajuda a acalmar o nervosismo.
Para o professor Mozartt Zeni, coordenador pedagógico do Colégio Leonardo da Vinci, no Rio Grande do Sul, a regra de ouro para a prova é: fazer rápido, certo e sem se cansar. – Para isso, o aluno tem que ir muito rápido no enunciado e, a partir dali, tentar acertar a questão. Fazer as mais fáceis primeiro, sempre, e depois gerenciar o tempo para ver o quanto ele demora para resolver as difíceis – recomenda.
Para alguns estudantes, intercalar as provas para evitar o cansaço excessivo também é uma estratégia válida.
– Isso pode ajudar a manter a concentração e a energia durante a prova, e permite que o estudante não fique sobrecarregado com uma única matéria por um longo período – acredita o professor Sérgio Scheffel Flores, do Colégio Unificado, do Rio Grande do Sul.
Aqueles que optarem por alternar as disciplinas podem seguir a sugestão do professor Naum Faul, do Pré-Vestibular Social Dona Zica, do Rio de Janeiro. No primeiro dia (5 de novembro), começar pela redação e depois responder as questões na seguinte ordem: fáceis e médias de Humanas; fáceis e médias de Linguagens; difíceis de Humanas e difíceis de Linguagens. No segundo dia (12 de novembro), a ordem sugerida é: fáceis e médias de Matemática; fáceis e médias de Ciências da Natureza; difíceis de Matemática; difíceis de Ciências da Natureza.
– Tradicionalmente, no primeiro dia a nota ponderada de Humanas é maior do que a de Linguagens. No segundo dia, isso acontece com a nota ponderada de Matemática, em comparação com Natureza. Por isso, damos essa dica para nossos alunos – explica Naum.
Por último, mas não menos importante, o participante do Enem deve separar em sua rotina de prova um tempo para o preenchimento do cartão de respostas.
– A atenção no momento de registrar as respostas evita uma possível marcação incorreta, que pode comprometer a nota do candidato por contribuir com uma incoerência ou desencadear uma sequência de marcações equivocadas – alerta Thiago Alexandre, coordenador de 3º ano e pré-vestibular do colégio Qi.
Fonte: O Globo