Coluna Mulher : Mulheres são mais propensas a negociar salário, mas ainda ganham menos que os homens
Enviado por alexandre em 06/11/2023 09:55:42

Foto: Reprodução

Nova pesquisa mostra evolução nos últimos 20 anos e desafia a ideia de que mulheres são menos inclinadas a buscar melhores remunerações e promoções

A dificuldade das mulheres em negociar salários mais altos tem sido considerada por muito tempo um dos fatores que contribui para as disparidades salariais entre homens e mulheres. No entanto, uma nova pesquisa revela uma inversão na dinâmica de gênero em relação às negociações, desafiando a ideia de que as mulheres estão menos inclinadas a pedir o que acreditam que merecem.

 

Os autores analisaram dados de uma pesquisa realizada por um escritório de gestão de carreira com cerca de 1.000 graduandos de MBA. Eles foram questionados se negociaram a oferta para o primeiro emprego depois do programa. As mulheres (54%) foram mais propensas a dizer sim do que os homens (44%). Não é possível dizer se esse aumento na negociação feminina se aplicaria a outras profissões.

 

A pesquisa, publicada na Academy of Management Discoveries, jornal científico da associação de estudiosos de gestão, mostra que embora as mulheres negociem mais do que os homens, elas ainda recebem significativamente menos. “A disparidade salarial que desfavorece as mulheres não pode logicamente ser atribuída ao fato de as mulheres não pedirem [mais]”, concluem os pesquisadores.

 

Veja também

 

Pepino? Chocolate? Veja riscos de inserir itens aleatórios na vagina

 

Como saber se estou ovulando? 3 sinais para ficar de olho

 

 

Há duas décadas, Linda Babcock e Sara Laschever reuniram vários estudos que demonstravam a relutância das mulheres em negociar no seu livro “Women Don’t Ask” (Mulheres não perguntam, em tradução livre).

 

 

Resultados de pesquisas realizadas com estudantes de mestrado que ingressavam em novos empregos indicavam que as mulheres provavelmente aceitariam a primeira oferta salarial. Já os homens tinham oito vezes mais chance do que as suas colegas de tentar negociar um salário inicial mais elevado.De acordo com as análises de Babcock e Laschever, a diferença que os homens ganhariam depois de negociar poderia ser ampliada ao longo das suas carreiras. E, em última análise, seria responsável ??por grande parte das disparidades salariais entre homens e mulheres.

 

Nesse sentido, os autores da nova pesquisa revelam uma grande mudança, e atribuem o crescimento da negociação das mulheres a uma maior consciência da importância dessa prática. Livros como o da ex-COO da Meta, Sheryl Sandberg, “Lean In”, podem ter encorajado mulheres a serem mais assertivas e pedir a remuneração que consideram merecida. E as escolas de negócios também têm focado mais em habilidades de negociação nesse período.

 

PERCEPÇÃO DE QUE MULHERES NEGOCIAM MENOS É PREJUDICIAL

 

Fotos: Reprodução

 

Apesar dessas evidências, a percepção de que as mulheres hesitam em negociar continua a prevalecer – e essa crença pode ser problemática. Quando os pesquisadores entrevistaram o público sobre suas crenças em relação a negociação e gênero, as pessoas ainda acreditavam que as mulheres seriam menos propensas do que os homens a pedir melhores remunerações ou promoções.

 

Segundo os pesquisadores, isso torna ainda mais difícil eliminar as disparidades salariais. A noção de que as mulheres evitam negociar não só simplifica excessivamente as desigualdades, mas também atribui culpas indevidas às profissionais. A impressão de que as mulheres poderiam ganhar o mesmo que os homens simplesmente negociando com maior frequência nos leva à manutenção do status quo, já que não ajuda a observar as verdadeiras causas das disparidades.

 

Curtiu? Siga o PORTAL DO ZACARIAS no FacebookTwitterYoutube e no Instagram.

Entre no nosso Grupo de WhatApp e Telegram

 

Precisamos mostrar que essa ideia de que as mulheres não pedem o que querem está ultrapassada. “As mulheres são punidas por pedir”, é a mensagem que os pesquisadores sugerem que divulguemos agora.

 

Fonte: Forbes

LEIA MAIS

Página de impressão amigável Enviar esta história par aum amigo Criar um arquvo PDF do artigo
Publicidade Notícia