O Brasil decidiu subir o tom nas tratativas do resgate de 34 brasileiros e familiares que estão na Faixa de Gaza sem autorização para deixar o território. A diplomacia do governo federal tem ressaltado a importância do país na América Latina e afirmou que as relações com Israel ficarão insustentáveis se algo ocorrer com o grupo que aguarda repatriação. A informação é do Blog da Daniela Lima no g1.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, o assessor especial para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, e o próprio presidente Lula estão participando das negociações. Além de ressaltar a importância do Brasil na América Latina, eles apontam que há uma reação controversa e crítica aos ataques promovidos por Israel após a ofensiva do Hamas em 7 de outubro.

Lula enviou um recado a Israel e afirmou que se algo acontecer com os 34 brasileiros que estão na zona de conflito as relações diplomáticas se tornarão insustentáveis. O presidente também relatou que alguns países vizinhos, como o Chile, já determinaram o retorno de embaixadores por discordarem dos ataques israelenses, que tem vitimado civis.

O governo brasileiro também relatou que foi um dos primeiros a enviar um avião para repatriar pessoas que pediram resgate e que a aeronave, cedida pela Presidência, está há semanas parada no Egito, aguardando autorização para o embarque do grupo.

Até agora, o grupo de brasileiros ficou fora das cinco listas de estrangeiros autorizados a deixar a Faixa de Gaza. Segundo Amorim, “não houve uma explicação para a não inclusão” deles e o governo tem aguardado uma “decisão rápida”.

“Estamos há mais de 15 dias pedindo a liberação. Não há razão para qualquer suspeita. Se houvesse algum problema com algum dos nacionais, poderiam ter falado logo. É uma situação absurda”, afirmou o assessor.

O único local que tem permitido a entrada e saída de pessoas ou mercadorias é a fronteira de Rafah, que liga o Egito à Faixa de Gaza. O chanceler brasileiro afirmou que o ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, garantiu a ele que os brasileiros poderão deixar a região até esta quarta (8).