BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A Polícia Federal deflagrou uma operação nesta quarta-feira (8) para prevenir atos terroristas no país. De acordo com a apuração que deu origem a ação, atos preparatórios estavam em andamento para ataques a prédios da comunidade judaica no Brasil. Segundo informações às quais a reportagem teve acesso, o planejamento envolvia recrutados pelo Hezbollah, grupo islâmico xiita que atua no Líbano e recebe financiamento do Irã. Na atual guerra entre Israel e Hamas, o Hezbollah é aliado do grupo palestino. Desde o início da guerra entre Tel Aviv e o grupo terrorista Hamas, que se desenrola na Faixa de Gaza, a fronteira entre Líbano e Israel se tornou a frente secundária da guerra. O local tem sido palco de frequentes trocas de tiros entre o Exército israelense, de um lado, e o Hezbollah e seus aliados de outro o que aumenta temores de que o conflito se estenda pela região. Na última terça (7), 20 foguetes foram disparada do Líbano em direção a Israel, sem deixar mortos ou feridos. Já no domingo (5), trocas de fogo para estabelecer posições mataram 4 civis, 3 deles crianças, segundo o grupo islâmico e o governo do Líbano. Essa não foi a primeira vez que a PF agiu contra o grupo islâmico em território nacional. Em setembro de 2018, a entidade prendeu o comerciante Assad Ahmad Barakat, 51, acusado pelo governo americano de ser um dos principais financiadores do Hezbollah. A prisão, decretada pela justiça paraguaia pelo crime de falsidade ideológica, aconteceu em Foz do Iguaçu, no Paraná, após autorização do Supremo Tribunal Federal. Segundo o governo americano, Barakat usava suas empresas de importação e exportação de eletrônicos na Tríplice Fronteira para enviar dinheiro ao Hezbollah no Líbano e na Síria. O libanês já havia sido preso no Brasil em 2002 e extraditado para o Paraguai no ano seguinte, quando foi condenado pela Justiça. Ficou na prisão até 2008, quando foi solto e decidiu retornar ao Brasil, mantendo negócios no Paraguai, na Argentina e no Chile, segundo a PF. Em entrevista à Folha de S.Paulo em 2002, ele disse que havia “uma grande ignorância no Ocidente” sobre o grupo, e atribuiu sua prisão a uma “vingança comercial”. |