Três anos após seu lançamento, já é possível dizer que o Pix superou as melhores das expectativas sobre sua adesão no país. Até agora são contabilizadas 66,1 bilhões de transações já feitas, movimentando R$ 29,5 trilhões. A adesão do meio de pagamento instantâneo surpreendeu até o atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Ele falou sobre o sucesso e os desafios da plataforma, além de outros temas que tocam no desenvolvimento tecnológico do setor financeiro no país, na última sexta-feira ao longo do evento “E Agora, Brasil?”, realizado pelos jornais O GLOBO e “Valor Econômico”, com patrocínio do Sistema Comércio, através da CNC, do Sesc, do Senac e de suas Federações.
A potência do Pix também inaugurou novas necessidades. A exigência de que o celular que faz o processo de pagamento esteja conectado à internet, por exemplo, figura como uma barreira a ser superada, conforme os desejos do Banco Central.
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— Quando a gente desenhou o Pix e levou aos bancos, achei que eles fariam a versão offline — disse Campos Neto no evento, que teve a mediação dos jornalistas Míriam Leitão (O GLOBO) e Alex Ribeiro (Valor). — Hoje você pega um troco e coloca na carteira para pagar algo, mas poderia fazer isso de forma digital. Você tira do online, coloca no offline e, mesmo sem rede, seria possível fazer pagamentos.
O BC prepara um projeto de Pix offline, ainda sem data de lançamento conhecida.
Na esteira do Pix, e com o anúncio do Drex, o real digital, o BC brasileiro avança em um projeto ainda mais ambicioso: apresentar ao G20 o plano de criar uma plataforma que conecte diversas moedas digitais em tempo real.
— Se você tiver um mundo com várias moedas digitais conectadas em tempo real você atingiu em grande parte o benefício de se ter uma zona com moeda única — diz o presidente do BC.
Desse modo, cada país poderia manter o funcionamento de sua política monetária sem interferência externa, a conexão se daria por meio das transações virtuais.
— Cada lugar está desenvolvendo um meio de pagamento (digital), o que não conseguimos é ligar um no outro. Temos algumas experiências, como o Nexus, que ligou Cingapura à Índia e que está indo muito bem. Mas queremos trabalhar num sistema de conectar as moedas digitais. Isso é superimportante— aponta Campos Neto.
A digitalização das transações, inclusive, deve mudar o cenário dos aplicativos bancários — uma vez que o sistema de Open Finance (que permite o compartilhamento de informações bancárias entre várias instituições financeiras) pode tornar o oferecimento de serviços mais dinâmico para os clientes. Ou seja, ao requisitar um tipo de pacote ou investimento, será possível comparar o que está disponível em diversas instituições antes de fechar negócio. No futuro, Campos Neto acredita que essa escolha poderá ser feita na mesma tela de celular, sem precisar abrir diversos programas.
— Entendemos que há empresas privadas que podem querer querer desenvolver esses “superapps”. Estamos em uma era em que os aplicativos vão ter um upgrade, vão ter novas funcionalidades, vão virar marketplaces.
A edição da semana passada do “E Agora, Brasil?” foi a última deste ano. A programação que discute desafios do desenvolvimento no Brasil está prevista para voltar em 2024.
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— A participação de Roberto Campos Neto trouxe informações relevantes para o setor de comércio e serviços, impactado pelos juros elevados e com interesse nas discussões sobre o parcelamento sem juros no cartão, cuja manutenção é essencial para empresas e consumidores. Vamos torcer para um 2024 com juros e inflação sob controle, mais investimentos, geração de empregos e renda — disse José Roberto Tadros, presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Fonte: O Globo