Erineu Domingos Soligo, o “Pingo, sendo conduzido por agentes policiais. (Foto: Reprodução)

Dois investigadores da Polícia Civil de São Paulo, Arnaldo Barbosa Filho e Ricardo Kochi, perderam seus cargos nesta sexta-feira (24) após serem condenados por sequestrar o filho de um dos maiores traficantes de armas e drogas do Brasil, Erineu Domingos Soligo, conhecido como Pingo. Há 20 anos, a dupla extorquiu 150 mil dólares do traficante, mas o plano foi descoberto porque os policiais usaram o telefone do filho de Pingo para a negociação, e o aparelho estava grampeado pela Polícia Federal (PF).

Na época, Pingo era considerado foragido e morava no Paraguai. Ele foi apontado pela CPI do Narcotráfico, em 2000, como fornecedor de armas e drogas para o traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, do Comando Vermelho. Os investigadores prenderam o filho de Pingo, Jonathan Wink Soligo, e Jefferson Santana de Souza, que estavam com 50 quilos de cocaína em 2003.

Ao reconhecer Jonathan Soligo, Barbosa e Kochi decidiram levá-los para um hotel e pedir resgate pela liberdade do filho de Pingo, reduzindo o valor de 250 mil dólares para 150 mil dólares. Os policiais usaram um advogado da família Soligo para receber o resgate, liberando a dupla e a droga.

Barbosa e Kochi foram presos e condenados criminalmente e por improbidade administrativa, devolvendo os 150 mil dólares e tendo seus direitos políticos suspensos por 10 anos. A prisão de Pingo ocorreu em 2010 no Paraguai, e em 2021, outro filho, Jardel Ângelo Wink Soligo, foi morto em confronto com a polícia do Mato Grosso.