Regionais : Servidor do MPF lavou dinheiro para quadrilha que entregava armas ao PCC e ao CV, diz PF
Enviado por alexandre em 12/12/2023 10:16:19


Servidor do MPF, Wagner Miranda foi um dos alvos da operação Dakovo. Foto: Reprodução

Wagner Vinicius de Oliveira Miranda, servidor do Ministério Público Federal (MPF), é apontado como um dos responsáveis por lavagem de dinheiro de esquema internacional de tráfico de armas. Ele foi um dos alvos da operação Dakovo, que identificou estrutura criminosa no Paraguai que abastecia facções criminosas com armamentos.

Segundo a investigação, Wagner é membro do “núcleo financeiro” de quadrilha composta por “pessoas que consciente e voluntariamente permitiram a movimentação de dinheiro advindo do tráfico de armas, em suas contas bancárias, para fins de dar aparência de ‘licitude’ as manobras realizadas pelo núcleo doleiros”.

A Polícia Federal ainda aponta que o núcleo do qual faz parte está relacionado ao pagamento das armas junto de fabricantes europeus, ocultando os proprietários do recursos movimentados e sua origem. Investigadores apontam que ele usou empresas em seu nome para tentar dar aspecto legal a dinheiro proveniente do crime.

Ele é dono da empresa Bravo Brasil e remeteu R$ 100 mil a ela em julho de 2022 e outros R$ 50 mil em outubro do mesmo ano, ambas as operações com dinheiro em espécie. A PF verificou que seu sócio na companhia, Raimundo Pereira, aparece como trabalhador doméstico entre 2007 e 2016 e como trabalhador agropecuário em seus registros trabalhistas. A empresa, no entanto, não tem funcionários e não há atividades nos endereços apontados.

Armas apreendidas no Paraguai pela Polícia Federal. Foto: Divulgação

Raimundo também é o único dono da Bravo Brasil – Iphones LTDA, empresa que possui o mesmo endereço e mesmos telefones da outra companhia. Ela efetuou três depósitos, de R$ 53 mil no total, para DDM Aviação LTDA e para David Carlos Ferreira LTDA, utilizadas pelos criminosos que fazem parte do esquema para efetuar pagamentos.

“Na qualidade de servidor do MPF, lotado na Procuradoria-Geral da República, Wagner Vinicius possui livre acesso a sistemas e dados internos, podendo, eventualmente, acessar informações sensíveis relacionadas à operação e, ainda, possui cadastro ativo no PJE do TRF1ª Região como servidor do MPF, de modo que tem acesso a todos os processos, inclusive aqueles classificados com sigilo”, afirmou o colegiado responsável pela operação.

A PF pediu o afastamento de suas funções no MPF. Ele é analista do órgão e recebe mensalmente R$ 20.649,61, segundo dados do Portal da Transparência.

A corporação deflagrou uma operação na semana passada contra grupo suspeito de entregar 43 mil armas para os chefes do Primeiro Comando da Capital (PCC) e para o Comando Vermelho (CV), as principais facções criminosas do país. Segundo a investigação, a quadrilha teria movimentado R$ 1,2 bilhão no total.

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