Regionais : Senado aprova indicação de Dino ao STF por 47 votos a 31
Enviado por alexandre em 13/12/2023 23:25:37


Dino durante sabatina na CCJ. Foto: Pedro França/Agência Senado

Indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Justiça, Flávio Dino, recebeu aprovação do Senado nesta quarta-feira (13) para ocupar uma das 11 vagas no Supremo Tribunal Federal (STF) por 47 votos a 31.

Eleito senador em outubro, Dino, de 55 anos, possui experiência como juiz federal e ingressou na política desde cedo. Além disso, foi governador do Maranhão por dois mandatos, deputado federal e presidente da Embratur.

Iniciando sua carreira política no movimento estudantil maranhense após filiação ao PT em 1987, Dino participou da campanha presidencial de Lula dois anos depois. Tornou-se juiz federal aos 26 anos, ocupando o cargo entre 1994 e 2006. Durante esse período, presidiu a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) entre 2000 e 2002 e foi o primeiro secretário-geral do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Com filiação ao PCdoB em 2006, Dino foi eleito deputado federal no mesmo ano. Apresentou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) sugerindo mandato de 11 anos para ministros do STF. Em 2011, assumiu a presidência da Embratur durante o governo de Dilma Rousseff.

Eleito governador do Maranhão em 2014 e reeleito em 2018, Dino foi um opositor da família Sarney no estado. Deixou o cargo antecipadamente em 2022 para concorrer ao Senado e, ao assumir como ministro da Justiça, enfrentou desafios na segurança pública, incluindo crises na Bahia e no Rio de Janeiro.

Sua gestão também esteve envolvida nas investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco. Dino deixou o governo para se tornar ministro da Justiça, lidando com a pressão do PT por não deixar uma “marca” na Segurança Pública.

A indicação de Dino para o STF gerou debates, especialmente devido à pressão por uma indicação feminina. No entanto, sua escolha foi sinalizada por Lula durante encontro com ministros do STF. Dino, que possui proximidade com Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, poderá permanecer no STF por até duas décadas.

Moro foi orientado a não divulgar voto favorável a Dino: “Coro comendo nas redes”


Oex-juiz foi flagrado trocando mensagens com um homem que o instruiu a não divulgar o voto favorável em Flávio Dino. Foto: Wilton Junior/Estadão

Após ser flagrado sorrindo e abraçado ao ministro da Justiça, Flávio Dino, durante a sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) recebeu um alerta de um aliado por meio de uma conversa no WhatsApp para não tornar público seu voto.

Como parlamentar da oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Moro poderia ficar em uma posição vulnerável se demonstrasse apoio público a Dino para a vaga no Supremo Tribunal Federal (STF).

O Estadão registrou a mensagem no celular de Moro durante a sessão no plenário do Senado, onde ele estava em diálogo com uma pessoa identificada apenas como “Mestrão”.

O abraço entre Moro e Dino durante a sessão da CCJ. Reprodução

O interlocutor alertou Moro sobre a repercussão nas redes sociais, mencionando que o “coro está comendo”. Imagens do senador da oposição abraçado e sorrindo com Dino circularam na internet durante o mesmo dia.

Após o alerta, Mestrão tentou acalmar o senador, dizendo: “fica frio que já já passa”. No entanto, ele reiterou a orientação: “não pode ter vídeo de você falando que votou a favor, senão isso vai ficar a vida inteira rodando”.

O Estadão flagrou a troca de mensagens entre Moro e Mestrão, onde o senador respondeu: “Blz (beleza). Vou manter meu voto secreto, é um instrumento de proteção contra retaliação (sic)”.

Durante o levantamento feito pelo Estadão com todos os parlamentares, Moro optou por não declarar seu voto. Na votação no plenário do Senado, a indicação de Dino para o STF obteve 47 votos a favor e 31 contra.

 

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