A escola de samba Vai-Vai, com 15 títulos no Carnaval de São Paulo, está no epicentro de uma investigação policial que a vincula ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Documentos associados a um processo sigiloso de lavagem de dinheiro têm como alvo Luiz Roberto Marcondes Machado de Barros, também conhecido como Beto da Bela Vista, ex-presidente e diretor financeiro da agremiação.
A investigação revela a Vai-Vai como reduto do PCC, inclusive expulsando membros policiais anteriormente. Denúncias sobre o envolvimento de Beto com o crime organizado e diligências em endereços relacionados a ele fundamentaram a apuração. Dados do Coaf reforçam suspeitas de lavagem de dinheiro envolvendo Beto, sua esposa, sua mãe e outros.
Em resposta às investigações, a Vai-Vai afirmou que Beto integra o conselho e foi diretor no mandato anterior, sem abordar as acusações. A instituição destaca a presença de policiais entre seus membros cadastrados, sem especificar a quantidade. Marco Aurélio Barbosa, diretor-presidente do clube de futebol vinculado à Vai-Vai, também foi indiciado na investigação por conexões com empresas usadas para lavagem de dinheiro.
Luiz Roberto, com histórico criminal marcado por passagens na prisão, é apontado como ex-integrante do PCC. A escola de samba nega qualquer relação com atividades criminosas, destacando que Luiz Roberto frequenta a agremiação desde a infância, desconhecendo vínculos dela com o crime. A advogada de Luiz Roberto, por sua vez, defende seu cliente afirmando que ele não foi condenado nem denunciado por participar de uma organização criminosa.