Uma pesquisa recente da Quaest trouxe à tona números que destacam a postura conservadora de parte da população brasileira. Segundo os resultados, 55% dos entrevistados são contrários à exibição de beijos gays na televisão, enquanto apenas 32% apoiam a representação desse tipo de afeto.

Quando o tema é aborto, a pesquisa aponta que 72% dos participantes são contra a eventual legalização, mas há um contraponto: 84% se opõem à possibilidade de prisão para mulheres que optarem por interromper a gravidez. “O conservadorismo na sociedade é evidente na pesquisa”, disse o diretor da Quaest, Felipe Nunes.

Em junho, Amauri Soares, atual líder dos Estúdios Globo, assumiu o cargo e, desde então, suas decisões vêm moldando a abordagem de temas sociais nas produções da emissora. Entre suas intervenções, destacam-se a ordem para cortar os beijos entre as personagens Clara e Helena na novela “Vai na Fé”. Essa decisão visava não afugentar telespectadores mais conservadores.

Amauri também solicitou que o romance lésbico em “Terra e Paixão” fosse tratado de forma discreta e promoveu a inclusão da temática da “cura gay” na trama de “Amor Perfeito”. Essas ações foram interpretadas como uma estratégia para não desagradar telespectadores mais tradicionais, inclusive evangélicos.