Regionais : PM de SP quer expulsar policial com tatuagem no rosto por sumiço de orquídea
Enviado por alexandre em 29/12/2023 01:21:24


Soldado Paulo Rogério da Costa Coutinho. Foto: Reprodução

A Polícia Militar de São Paulo abriu um procedimento por suspeita de peculato contra o soldado Paulo Rogério da Costa Coutinho devido à ausência de uma orquídea no jardim do quartel onde ele estava lotado. A ação do conselho de disciplina do Comando de Policiamento da Capital pode resultar na expulsão do policial.

O advogado do soldado, Thiago de Oliveira Lacerda, negou o furto e disse que o cliente está há 18 anos na corporação. Segundo a defesa, o PM “fazia a manutenção do quartel e apenas mudou a planta de local”.

Para os superiores do soldado, o sumiço temporário da flor pode ser considerado uma transgressão disciplinar grave, caracterizada como desonrosa e ofensiva ao decoro profissional e atentatória ao Estado. O crime de peculato consiste no ato de apropriação ou desvio de dinheiro, valor ou bem público ou particular por um funcionário público.

A suposta subtração da orquídea teria ocorrido durante o serviço de manutenção no 9º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano, na região do Carandiru, em 23 de fevereiro de 2022. Segundo o Inquérito Policial Militar (IPM), o soldado teria removido a flor do jardim para o alojamento de soldados e cabos para que não fosse localizada. Posteriormente, transferiu a flor para o refeitório, onde foi encontrada por um sargento.

Toda a ação foi registrada por câmeras de monitoramento. A ausência da planta no jardim foi notada pelo tenente-coronel Carlos Eduardo Banhos Ignácio, comandante do batalhão, e por uma capitã. Ignácio chegou a questionar o soldado antes da descoberta, mas Coutinho permaneceu em silêncio.

Orquídea. Imagem ilustrativa. Reprodução

Para Lacerda, o PM sofre perseguição e preconceito por ter tatuagens no rosto. “Estão perseguindo ele por preconceito, por ele ter tatuagem no rosto. No serviço policial, ele desempenha normalmente, como qualquer outro, mas fala-se nos corredores da Polícia Militar do Estado de São Paulo que é questão de honra o expulsarem da corporação”, disse o advogado.

Em nota, a Polícia Militar informou que o soldado responde a dois processos disciplinares — além do de peculato, há outro por abandono de posto. “O Conselho de Disciplina destina-se a declarar a incapacidade moral do praça para permanecer no serviço ativo da Polícia Militar”, disse o texto assinado pelo tenente-coronel Marcelo de Souza Gonçalves, chefe do Estado-Maior do Comando de Policiamento da Capital.

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