Regionais : Por que Lira não vai participar do ato do 8/1 no Congresso
Enviado por alexandre em 08/01/2024 15:25:04


O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Foto: Sergio Lima/AFP

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), decidiu não participar da solenidade que acontece no Congresso Nacional nesta segunda (8) para marcar o primeiro ano desde o ataque terrorista à Praça dos Três Poderes. Ele alegou “problemas de saúde na família” para não comparecer ao evento, mas sua recusa também envolve motivos políticos. A informação é da coluna de Lauro Jardim no jornal O Globo.

O parlamentar tomou a decisão de não participar da solenidade neste domingo (7) e comunicou a aliados que não iria. Segundo um deputado próximo, Lira avalia que “o PT capturou a cerimônia de hoje e o discurso da cerimônia” e que o Palácio do Planalto atropelou a Câmara dos Deputados e o Senado Federal na organização do evento.

Ele também tentou agradar aliados, já que as bases do PP e do Centrão não concordam que o 8 de janeiro foi uma tentativa de golpe de Estado e classificam o atentado somente como uma baderna.

A decisão de não participar do ato também envolve um cálculo político: há eleição municipal neste ano e a disputa para a presidência na Câmara no próximo. Para Lira, a solenidade é muito identificada com o governo Lula e pode prejudicar seu desempenho e o da base aliada nas disputas.

Ataque terrorista de 8 de janeiro. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Lira faria parte de uma mesa de honra no evento e ficaria ao lado de Lula, do presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso. Ele decidiu publicar apenas uma nota no X (ex-Twitter) sobre o 8 de janeiro.

“Há um ano as sedes dos 3 Poderes da República foram atacadas e depredadas num ato de violência que merece ser permanentemente repudiado. Todos os responsáveis devem ser punidos com o rigor da lei, dentro do devido processo legal”, escreveu o presidente da Câmara.

O evento contará com a presença de governadores, parlamentares e outras autoridades, como prefeitos, ministros e magistrados de tribunais superiores. A solenidade terá início às 15h.


Quatorze senadores da base governista assinam documento contra ato pela democracia


Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente do Brasil. Foto: reprodução

Nesta segunda (8), os ataques golpistas ocorridos na Praça dos Três Poderes, em Brasília, completam um ano. Em razão disso, o governo Lula (PT) organizou um evento para esta tarde em memória da importância da democracia.

A iniciativa, contudo, foi repudiada por um grupo de trinta senadores, incluindo 14 parlamentares vinculados a partidos que compõem a base do governo no Senado: PP (5), União Brasil (4), Republicanos (4) e PSD (1). Esses partidos lideram sete ministérios conjuntamente.

Na manifestação, os congressistas declaram condenar os ataques ocorridos no início do ano passado, mas ressaltam que houve falhas na gestão do presidente em conter a depredação pública. Dentro desse contexto, eles apontam abusos de poder supostamente cometidos pelo Executivo, o que justifica a recusa ao convite do presidente para esta segunda-feira.

Bolsonaristas caminham do acampamento do QG do Exército até a Praça dos 3 Poderes. Foto: Sergio Lima/Poder360

“Observar as deficiências do governo federal em conter esses atos é motivo de preocupação e suscita sérias dúvidas sobre a eficácia das medidas adotadas, as quais podem ser interpretadas como uma lacuna na habilidade do governo em antecipar e lidar com situações de potencial desestabilização, comprometendo não apenas a segurança pública, mas também a credibilidade das instituições encarregadas de garantir a ordem e a paz social”, destaca um trecho do documento.

No texto, os senadores relembram uma declaração do presidente Rodrigo Pacheco (PSD-MG) em 23 de novembro, na qual afirmou a jornalistas que “nenhuma instituição tem o monopólio da defesa da democracia no Brasil”. Essa frase é utilizada para argumentar que nenhum poder isoladamente é responsável pela defesa da democracia, uma alusão ao evento organizado pelo Executivo.

Além dos parlamentares de partidos adversários ao governo, também assinaram o documento membros de siglas da base que votam com a oposição. Entre eles estão: Ciro Nogueira (PP), Tereza Cristina (PP), Mecias de Jesus (Republicanos), Alan Rick (União), Cleitinho (Republicanos), Damares Alves (Republicanos), Dr. Hiran (PP), Esperidião Amin (PP), Hamilton Mourão (Republicanos), Jayme Campos (União), Luiz Carlos Heinze (PP), Márcio Bittar (União), Nelsinho Trad (PSD) e Sergio Moro (União).

Esses senadores representam partidos que ocupam cargos no primeiro escalão do Planalto. No caso do União Brasil, Celso Sabino (Turismo) e Juscelino Filho (Comunicações) lideram ministérios. O PSD, por sua vez, tem três pastas comandadas por Carlos Fávaro (Agricultura), Pesca (André de Paula) e Minas e Energia (Alexandre Silveira). O Republicanos e o PP possuem um ministério cada, sendo Portos e Aeroportos, liderado por Silvio Costa Filho, e Esportes, comandado por André Fufuca, respectivamente.

Página de impressão amigável Enviar esta história par aum amigo Criar um arquvo PDF do artigo
Publicidade Notícia