Política : Dino diz que não há previsão para conclusão do caso Marielle: “Dias ou meses”
Enviado por alexandre em 25/01/2024 00:11:18


Flávio Dino diz que não há previsão para conclusão do caso Marielle. Foto: Divulgação

Durante uma entrevista sobre a transição do comando do Ministério da Justiça, Flávio Dino afirmou nesta terça-feira (23) que não há previsão para a conclusão do caso envolvendo a morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

O ministro, que deixará o cargo em fevereiro para assumir no Supremo Tribunal Federal (STF), destacou que não é possível determinar um prazo exato para o encerramento das investigações.

Flávio Dino ressaltou que a entrada da Polícia Federal (PF) na investigação, determinada por ele há cerca de um ano, proporcionou uma colaboração mais estreita com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) e fez avançar o caso. Ele destacou a dedicação contínua da equipe responsável pela investigação, afirmando que o caso “jamais ficou parado.”

O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, anteriormente indicou que a expectativa era concluir a investigação no primeiro trimestre deste ano. Flávio Dino, ao ser questionado sobre a delação de Ronnie Lessa, apontado como o assassino de Marielle e Anderson, preferiu não comentar detalhes, ressaltando que, juridicamente, a delação só ocorre após homologação.

Diretor geral da PF, Andrei Augusto Rodrigues. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O ministro destacou que apenas os delegados envolvidos na investigação possuem informações detalhadas sobre o caso. Ele lembrou que a única delação homologada pelo Poder Judiciário até o momento foi a de Élcio Vieira de Queiroz, ex-policial militar do Rio, em julho de 2023, que implicou o grupo liderado pelo contraventor Bernardo Bello no assassinato da vereadora.

Dino salientou que, a partir dos desdobramentos dessa delação, é natural que novos atos de investigação surjam, potencialmente levando a outras delações.

A PF, em nota divulgada nesta terça-feira, reforçou que as investigações permanecem sob sigilo e que, até o momento, apenas a delação de Élcio foi homologada. A instituição alertou para a divulgação de informações que não condizem com a realidade, comprometendo o trabalho investigativo e expondo cidadãos.


Com Bolsonaro livre de acusação, Carluxo provoca irmã e viúva de Marielle: “Tom raivoso”

Carlos Bolsonaro (Republicanos), vereador do Rio de Janeiro. Foto: reprodução

O vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos), conhecido como “02” e filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), está utilizando suas redes sociais para provocar Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial, e Monica Benício (PSOL), também vereadora do Rio, irmã e viúva, respectivamente, de Marielle Franco, a respeito da nova delação fechada pela Polícia Federal no caso do assassinato da ex-vereadora.

O filho do ex-presidente tem ironizado a falta de declarações “em tom raivoso e metódico” da irmã e da viúva de Marielle, que têm falado publicamente sobre o caso.

“A ministra do Lula, irmã de Marielle, e nem sua companheira na época irão se pronunciar com aquele tom raivoso e metódico conhecido por todos diante da delação do tal de Lessa? E o ministro dos direitos humanos do chefe da facção? Nada?”, escreveu em suas redes sociais referindo-se também a Silvio Almeida, ministro dos Direitos Humanos e colega de Anielle na Esplanada.

Recentemente, a repórter Vera Araújo revelou que, segundo Ronnie Lessa, o executor de Marielle e do motorista Anderson Gomes, o crime teria como mandante Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ), que tem foro privilegiado no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

O motivo da euforia bolsonarista é que, contrariando algumas especulações que surgiram já em 2018, a delação do vizinho de Jair Bolsonaro não o coloca como participante do crime. Embora a família Bolsonaro morasse no mesmo condomínio de Lessa, o Vivendas da Barra, na Zona Oeste carioca, até 2018, a Polícia e o Ministério Público do Rio descartaram, no ano seguinte, qualquer conexão entre esse fato e os dois homicídios.

Ao contrário do que Carlos sugere, Anielle afirmou anteriormente que a família “aguarda os comunicados e resultados oficiais das investigações”. Monica Benício declarou que recebe a delação de Lessa “com esperança, mas sem otimismo exacerbado”, aguardando provas.

Os bolsonaristas também tentam emplacar uma narrativa de que Domingos Brazão, ex-deputado estadual pelo MDB, seria um “petista”. “Por que um petista mandou assassinar Marielle”, escreveu o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) em sua conta no X, antigo Twitter, antes de ser desmentido com evidências que ligam o suposto mandante ao bolsonarismo.

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