Justiça : Quem é Alessandro Moretti, número 2 da Abin demitido por interferência em investigação sobre espionagem
Enviado por alexandre em 31/01/2024 00:18:28


Alessandro Moretti falando em microfone com expressão séria
Alessandro Moretti foi demitido hoje – Reprodução

Alessandro Moretti, ex-número dois da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), demitido pelo governo federal nesta terça-feira (30), já foi o braço direito de Anderson Torres.

Ele atuou como secretário-executivo da Segurança Pública do DF entre 2019 e 2021, na primeira gestão de Torres, que chegou a ser preso sob acusação de omissão nos ataques golpistas de 8 de janeiro.

Moretti também atuou como diretor de Inteligência Policial (2022 a 2023) e de Tecnologia da Informação e Inovação (2021 a 2022) da Polícia Federal na gestão de Jair Bolsonaro (PL). Ele ainda foi diretor de Gestão e Integração de Informações da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), em 2020.

Alessandro Moretti falando e gesticulando
Alessandro Moretti – Reprodução

Bem antes, no início dos anos 2000, Alessandro Moretti era um dos responsáveis pela investigação da guerra dos caça-níqueis no Rio de Janeiro. Além disso, ele colaborou na investigação que culminou na prisão do maior contrabandista do país, o empresário Law Kin Chong, em São Paulo.

A demissão de Moretti ocorreu após a Polícia Federal apontar que a atual gestão tem prejudicado as investigações sobre o esquema de espionagem ilegal da agência. Marco Cepik, atual comandante da Escola de Inteligência do órgão, vai substitui-lo.

Na avaliação de membros de Executivo, apesar de não existir uma denúncia concreta contra Moretti, houve um processo de desgaste com o governo e existe uma desconfiança sobre sua relação com o ex-ministro da Justiça Anderson Torres.


Lula demite número 2 da Abin por interferência em investigação sobre espionagem ilegal


O ex-número dois da Abin, Alessandro Moretti. Foto: Luiz Silveira/Agência CNJ

Alessandro Moretti, número dois da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), foi demitido pelo governo federal após a Polícia Federal apontar que a atual gestão tem prejudicado as investigações sobre o esquema de espionagem ilegal da agência. Marco Cepik, atual comandante da Escola de Inteligência do órgão, vai substitui-lo.

Na avaliação de membros de Executivo, apesar de não existir uma denúncia concreta contra Moretti, houve um processo de desgaste com o governo e existe uma desconfiança sobre sua relação com o ex-ministro da Justiça Anderson Torres.

Segundo a PF, há um possível “conluio” entre os investigados da gestão anterior e os integrantes da agência atualmente. A corporação avalia que essa interferência “causou prejuízo para a presente investigação, para os investigados e para a própria instituição”.

“A preocupação de ‘exposição de documentos’ para segurança das operações de ‘inteligência’, em verdade, é o temor da progressão das investigações com a exposição das verdadeiras ações praticadas na estrutura paralela, anteriormente, existente na Abin”, diz relatório da PF enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF).

O ex-ministro da Justiça Anderson Torres (esq.) e Alessandro Moretti (dir.) durante evento da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) em 2019. Foto: Sindipesp

Moretti ocupava o posto desde março de 2023. Ele é delegado da Polícia Federal e assumiu a inteligência da corporação em março de 2022, durante o governo Bolsonaro. Antes, já havia atuado como secretário-executivo da Secretaria da Segurança Pública do Distrito Federal entre 2019 e 2021, na gestão de Anderson Torres.

O governo vai fazer uma ampla reestruturação na Abin. Além de Moretti, diretores de sete departamentos também serão substituídos. O próximo número dois da agência, Cepik, é cientista político e já foi diretor-executivo do Centro de Estudos Internacionais sobre Governo (CEGOV) em Porto Alegre (RS).

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