Justiça : Polícia Federal intima general Heleno para depor sobre ‘Abin paralela’
Enviado por alexandre em 31/01/2024 00:28:55


O ex-chefe do GSI Augusto Heleno. Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputadas

O general Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi intimado pela Polícia Federal para depor no inquérito que apura o esquema de espionagem ilegal da Abin (Agência Brasileira de Inteligência). À época, o órgão comandado por Alexandre Ramagem era subordinado à pasta do militar.

O depoimento de Heleno foi marcado para a próxima terça (6) e ocorre na sede da Polícia Federal em Brasília. Agentes da PF querem descobrir se ele tinha conhecimento sobre as ilegalidades da Abin e a equipe que conduz a investigação vai ouvir o general.

Durante a oitiva, o ex-chefe do GSI deve ser questionado ainda sobre quem eram os destinatários dos relatórios produzidos pela Abin. Ele era chefe da cadeira hierárquica na ocasião e, segundo fontes da PF, existem indícios de que o militar tinha ciência e fomentava as ações ilegais de espionagem.

Alexandre Ramagem e Carlos Bolsonaro. Foto: Reprodução

Ramagem foi alvo de busca e apreensão da Polícia Federal na última quinta (25) e, nesta segunda (29), a PF cumpriu mandados de busca e apreensão contra o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), suspeito de se beneficiar das informações obtidas no esquema da agência.

A corporação aponta que Ramagem utilizava ilegalmente o software espião FirstMile para monitorar adversários do então presidente e obter “ganho de ordem política” para a família Bolsonaro. Investigadores identificaram mensagens de uma assessora de Carlos em que pede informações sigilosas sobre inquérito contra o ex-mandatário e seus filhos.

A operação deflagrada na segunda, a “Vigilância Aproximada”, é uma continuação da “Última Milha”, deflagrada no ano passado. A nova fase das investigações avança na apuração do núcleo político e tenta identificar os beneficiários dessas informações obtidas ilegalmente.


Paranoico e com medo da PF, Carlos dormia na casa de amigo policial em Brasília

O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos). Foto: Adriano Machado/Reuters

O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) se tornou paranoico e passou os quatro anos da gestão de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, e costumava dormir na casa de um amigo policial em Brasília quando viajava para vê-lo. A informação é da coluna de Igor Gadelha no Metrópoles.

Ele evitava passar a noite no Palácio da Alvorada, por ter uma relação complicada com a madrasta, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Carlos também não gostava de dormir no apartamento que comprou na capital federal em 2020 e decidiu alugar o imóvel após a aquisição ser divulgada pela imprensa.

Segundo aliados, toda a paranoia estava relacionada ao temor de ser alvo de monitoramento ou de uma operação da Polícia Federal. Ele não recebeu nenhuma visita da corporação durante os quatro anos da gestão do pai e só recebeu a visita de agentes nesta segunda (29).

Alexandre Ramagem e Carlos Bolsonaro. Foto: Reprodução

Ontem, a Polícia Federal realizou busca e apreensão no imóvel em que estava com o pai e os irmãos em Angra dos Reis (RJ), na casa do vereador na Barra da Tijuca (RJ), em seu comitê na cidade do Rio e no gabinete na Câmara Municipal do Rio de Janeiro.

A corporação suspeita que Carlos recebia informações do esquema ilegal de espionagem da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), que usou o software de monitoramento FirstMile durante a gestão Bolsonaro para monitorar políticos e outras autoridades na gestão de Alexandre Ramagem.

Foram apreendidos três notebooks, quatro celulares e 11 computadores em endereços ligados ao vereador.

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