Brasil : Três Caixas d’Água e a praça no entorno são símbolos culturais e patrimônio do Estado de Rondônia
Enviado por alexandre em 07/02/2024 09:53:37

Projetadas e construídas pela empresa americana Chicago Bridge & Iron Works, sediada em Chicago (EUA), as caixas d'água foram instaladas em 1910 e 1912.


As Três Caixas d'Água, em Porto Velho (RO), também conhecidas como as Três Marias, bem como a praça ao seu redor, têm um papel cultural e histórico importantes para o Estado. Considerado um dos principais pontos turísticos da Capital, o patrimônio histórico de Rondônia se tornou palco de eventos e aulas ao ar livre, proporcionando uma experiência única aos alunos da rede pública e privada.

Projetadas e construídas pela empresa americana Chicago Bridge & Iron Works, sediada em Chicago, nos Estados Unidos, as caixas d'água foram instaladas em 1910 e 1912, servindo tanto à população quanto às obras da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, até a década de 50. O local desperta o interesse e a curiosidade dos visitantes, que têm a oportunidade de conhecer e valorizar as raízes culturais do Estado, explorar a história e compreender como influenciaram o desenvolvimento de Rondônia e moldaram sua identidade.

As Três Caixas d'Água. Foto: Leandro Morais/Superintendência Municipal de Comunicação (SMC)

O titular da Secretaria de Estado de Patrimônio de Regularização Fundiária (Sepat), David Inácio ressaltou que, as Três Caixas D'Água estão instaladas em uma área que pertenceu ao então Território Federal, e que foi transferida ao Governo de Rondônia conforme a Lei Complementar Nº 41, de 22 de Dezembro de 1981. 

"O Poder Público do Estado fez a cedência para o município de Porto Velho por um período de 20 anos, Cessão de Uso, publicada em 22 de julho de 2022. A partir dessa autorização, o município é o responsável pela preservação do local", enfatizou. 

Ponto turístico 

O secretário David Inácio destaca a importância das Três Caixas d'Água, que além de ser um ponto turístico de Porto Velho, representa um marco na história da cidade e do Estado. Ao longo dos anos, elas se tornaram um símbolo da luta e do desenvolvimento da região, testemunhando o crescimento e a transformação de Rondônia.

A coordenadora de Patrimônio Imobiliário da Sepat, Laura Betânia dos Santos disse que, a revitalização do patrimônio histórico é importante para preservar a memória da cidade e valorizar sua identidade cultural. 

Além disso, a requalificação do local pode impulsionar o turismo na região, atraindo visitantes interessados em conhecer mais sobre a história e a cultura de Porto Velho e do Estado de Rondônia. 

As Três Caixas d'Água. Foto: Leandro Morais/ Superintendência Municipal de Comunicação (SMC)

A coordenadora ressaltou que as Três Caixas d'Água são patrimônio do Governo do Estado e que foi feita a cessão de uso para o município, tendo em vista que as Três Marias são o símbolo da Capital. A preservação do patrimônio público também contribui para a valorização da identidade local e fortalecimento do sentimento de pertencimento da população. Também explicou que quando o Governo Federal transferiu a área das Três Caixas d´Água, outros imóveis pertencentes ao ex-território também foram transferidos para o Governo do Estado conforme a Certidão de Inteiro Teor, de 09 de Novembro de 1981.

A importância do patrimônio público do Estado vai muito além de sua relevância histórica e arquitetônica. O patrimônio é um verdadeiro tesouro cultural, que conta a história e a identidade da região, além de desempenhar um papel fundamental na preservação da memória coletiva. 

Você sabia que as três marias de Porto Velho "nasceram" nos EUA?

Quem visita Porto Velho, possivelmente já conhece ou ouviu falar nas famosas caixas d'águas da cidade, também conhecidas como Três Marias. Projetadas pela empresa americana Chicago Bridge & Iron Works de Chicago, a primeira "maria" foi erguida em 1910, três anos após a fundação da cidade de Porto Velho, no bairro do Caiary. O projeto foi concluído em 1912 com a construção dos outros dois reservatórios.

Cada reservatório possui capacidade para 200.000 litros e serviram para abastecer a cidade de Porto Velho por 47 anos, até 1957, funcionando por ação da gravidade. Foi tombada como patrimônio histórico em 1988.

Mas você sabe qual contexto histórico e quais foram as influências desse formato de reservatório que virou símbolo da cidade, estampado inclusive no brasão e na bandeira de Porto Velho? O Portal Amazônia trás curiosidades sobre o "berço" desse formato de caixas d'água.

Foto: Reprodução

 Até o desenvolvimento do setor industrial nos Estados Unidos, no século XIX, não havia um sistema de drenagem urbana e de esgotos nas cidades. Isso fez com que fossem comum em grandes cidades, como Nova Iorque, observar piscinas de sujeira e água poluída a céu aberto.

Devido a esses fatores, um grupo de pessoas influentes de nova-iorquinos formasse uma associação que focou na melhora da qualidade da água e o acesso das pessoas a ela.

Com isso, em meados de 1870, o então departamento de obras públicas começou a utilizar tanques de armazenamento de água nos últimos andares dos prédios, o que mudou o visual urbano presente até então. 

Foto: Reprodução.

 Os tanques eram colocados nos telhados porque a pressão da água local era muito fraca para elevar a água aos níveis superiores. Quando as construções começaram a ficar mais altas, a cidade exigiu que os edifícios com seis ou mais andares fossem equipados com um tanque no telhado com uma bomba.

Com a ajuda da gravidade, a água era enviada para todos os apartamentos do edifício. Esses tanques de água geralmente duravam aproximadamente 35 anos. Esse modelo foi popularizado e trazido para a América do Sul.

Símbolo rondoniense

Com o início da construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, de 366 quilômetros que liga  Porto Velho a Guajará-Mirim e início da urbanização do atual estado de Rondônia, a companhia Chicago Bridge & Iron Works resolveram trazer o modelo estadunidense de reservatório, portanto, trouxeram as caixas d'água e a instalaram aqui. 

 Atualmente

Foto: Reprodução

 As três Marias não passam por uma manutenção desde o início da década de 90. Mesmo tombada como patrimônio histórico, corre o risco de tombar pela ferrugem de suas bases de sustentação. Por ser um símbolo da história e identidade de Porto Velho e do estado de Rondônia como um todo, está presente na bandeira e no brasão da cidade.

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