Política : PF faz operação contra militares e aliados de Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado
Enviado por alexandre em 08/02/2024 10:30:35


O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: reprodução

A Polícia Federal (PF) iniciou, nesta quinta-feira (8), a Operação Tempus Veritatis, visando investigar uma organização criminosa envolvida em uma tentativa de golpe de Estado e na abolição do Estado Democrático de Direito, com o objetivo de obter vantagens políticas e manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder.

A ação envolve a execução de 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão. Estas incluem proibição de contato com os demais investigados, restrição de saída do país com entrega de passaportes em 24 horas, e suspensão do exercício de funções públicas.

A Operação atinge diversas personalidades, incluindo Braga Netto, Augusto Heleno, os ex-ministros da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e Anderson Torres, bem como outros aliados militares ou políticos próximos ao ex-presidente, segundo informações de Daniela Lima, do G1. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também foi alvo da operação.

A PF prendeu ao menos dois ex-assessores de Jair Bolsonaro na época em que ele era presidente da República. Um dos presos foi Filipe Martins, ex-assessor para Assuntos Internacionais da Presidência. Segundo fontes da PF, Martins foi detido em Ponta Grossa (PR). O outro ex-assessor preso foi o coronel Marcelo Câmara, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e atual segurança do ex-presidente contratado pelo PL. O militar foi detido em Brasília.

Os policiais federais estão cumprindo as medidas judiciais, emitidas pelo Supremo Tribunal Federal, em estados como Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.

Agente da PF. Foto: reprodução

Nessa fase das investigações, há indícios de que o grupo investigado se dividiu em núcleos para disseminar a narrativa de fraude nas Eleições Presidenciais de 2022, antes mesmo de sua realização. O objetivo era viabilizar e legitimar uma intervenção militar, utilizando-se de estratégias de milícia digital.

O primeiro núcleo focou na construção e propagação da versão de fraude nas eleições, por meio da disseminação de informações falaciosas sobre vulnerabilidades no sistema eletrônico de votação. Esse discurso persistiu mesmo após os resultados do segundo turno em 2022.

O segundo núcleo visava subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito, através de um golpe de Estado, com o apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais em um contexto politicamente sensível.

Os fatos investigados, em tese, configuram crimes como organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.


Operação da PF prende ex-chefe do serviço paralelo de informação de Bolsonaro que perseguia ministros


O coronel Marcelo Câmara. Foto: reprodução

A Polícia Federal (PF) efetuou, na manhã desta quinta-feira (8), a prisão do coronel Marcelo Câmara, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e atual segurança do ex-mandatário contratado pelo PL.

Um dos assessores mais próximos de Bolsonaro, Câmara é suspeito de participar de uma organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e de abolição do Estado, com o objetivo de manter o ex-chefe do Executivo no poder.

Segundo informações da revista Veja, por determinação de Bolsonaro, ele conduzia investigações, reunia informações e produzia dossiês que já provocaram a demissão de ministros e diretores de estatais, debelaram esquemas de corrupção que operavam em órgãos do governo e fulminaram adversários políticos. Tudo de maneira muito discreta, sem alarde, praticamente às escondidas.

Pessoas próximas ao ex-presidente costumam se referir ao coronel Câmara como “o cara da inteligência”. “Ele só cuida disso. Todas as denúncias que chegam, de dossiês a relatórios de informação, vêm dele”, contou um auxiliar de Bolsonaro.

O trabalho de “compliance” do militar surgiu no início do governo, a partir de uma reclamação antiga do presidente que se tornou pública em meio às acusações de que ele tenta impor maior ingerência em órgãos como a Polícia Federal.

Havia uma disputa de poder entre o então ministro-chefe da Secretaria de Governo, general Carlos Alberto Santos Cruz, e Carlos Bolsonaro, o filho do presidente, que suspeitava que o militar conspirava contra o pai. Na época, circularam mensagens de WhatsApp, atribuídas ao ministro, com críticas pesadas a membros do governo.

Incentivado pelo filho, Bolsonaro quis demitir o general, mas decidiu antes acionar o coronel Câmara, que investigou o caso e descobriu tratar-se de uma armação contra o ministro, que ganhou uma sobrevida. Mais tarde, porém, a mesma mão que salvou o general fez chegar ao presidente a informação de que Santos Cruz o havia criticado numa conversa com colegas das Forças Armadas durante um evento em São Paulo. O ministro foi demitido.

O governo gosta de propagar que há mais de um ano não se registra um escândalo de corrupção, o que, de fato, é algo louvável. Uma das ações bem-sucedidas do coronel evitou que um caso embrionário pudesse estourar. Foi de sua pequena sala que saiu o alerta, em meados do ano passado, de que havia desmandos nos Correios.

O Globo Política on X: "Quem é Marcelo Câmara, preso em operação da PF que apura tentativa de golpe de Estado <a href=https://t.co/lG8JON3wd4" / X" width="1200" height="675" />
Marcelo Câmara (em destaque) — Foto: Reprodução

Em setembro, a suspeita foi materializada em uma operação da Polícia Federal que investigou a atuação de um grupo de funcionários do órgão pela prática de corrupção e concussão. Segundo a PF, os servidores instavam clientes a romper contratos com os Correios e a contratar o serviço postal de uma empresa ligada ao grupo criminoso. Antes de a operação estourar, porém, uma limpeza já havia sido feita no órgão.

Bolsonaro demitiu o presidente da estatal, general Juarez Cunha, e três diretores. A ação que impediu o primeiro grande escândalo de corrupção no governo foi creditada ao aviso prévio de seu hoje braço direito e assessor especial.

Além de farejar potenciais focos de corrupção, a pequena Abin do presidente vasculha o histórico de pessoas com quem Bolsonaro tem contato ou que são nomeadas pelo governo. No ano passado, essa checagem salvou o presidente do que poderia se tornar no mínimo um grande constrangimento.

Em uma viagem a Manaus, o cerimonial agendou um almoço de Bolsonaro em um restaurante cujos donos eram empresários ligados ao narcotráfico. Depois da intervenção do coronel Câmara, o evento foi cancelado. Mais recentemente, o militar recebeu a missão de verificar se os integrantes da equipe da então secretária de Cultura, Regina Duarte, mantinham relações pretéritas com partidos de esquerda.

Logo depois de concluído o trabalho, a atriz pediu para deixar o governo. Esta, aliás, é mais uma obsessão do presidente: a desconfiança de que é sabotado por adversários. O coronel costuma fazer uma varredura nas redes sociais de ocupantes de cargos de confiança para tentar descobrir “petistas infiltrados”. Já identificou vários — todos imediatamente afastados.

Já em janeiro de 2023, após o fim do governo, Câmara foi um dos assessores contratados pela Presidência para auxiliar o ex-presidente, com salário de R$ 11 mil. Ele só foi exonerado desse cargo em outubro do ano passado, quando já era alvo da investigação que apura a venda de joias e presentes recebidos pelo ex-presidente. Em seguida, contudo, foi contratado pelo PL para atender ao ex-presidente com uma remuneração de R$ 18,5 mil.

Vale destacar que no ano passado, Câmara também foi alvo da Comissão Mista Parlamentar de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, que investigou a organização e financiamento dos atos golpistas. Ele chegou a ter sigilo fiscal, telefônico e telemático quebrado pelos parlamentares, assim como o ex-chefe da Ajudância de Ordens Mauro Cid.

Em maio, ele também foi alvo de uma operação da Polícia Federal que apurava fraude nos cartões de vacina do ex-presidente, familiares e assessores.


Saiba por que Heleno e Braga Netto são alvos de operação da PF


Augusto Heleno e Braga Netto. (Foto: Reprodução)

A Operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal (PF), mira políticos e militares suspeitos de envolvimento em um suposto golpe de Estado que tentou manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder e questionar o resultado das eleições de 2022. Entre os alvos dos mandados de prisão e busca e apreensão estão o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) general Augusto Heleno e o ex-ministro Braga Netto.

Segundo a corporação, ambos teriam atuado para disseminar a ocorrência de fraude nas Eleições Presidenciais de 2022, antes mesmo da realização do pleito, de modo a viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital.

Além de Heleno e Braga Netto, o presidente do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto e Anderson Torres também teriam participado do esquema.

O grupo, em sua atuação, teria se dividido em eixos. O primeiro eixo consistiu na construção e propagação da versão de fraude nas Eleições de 2022.

O segundo eixo de atuação consistiu na prática de atos para subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito, através de um golpe de Estado, com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais no ambiente politicamente sensível.

Operação Tempus Veritatis

A “Operação Tempus Veritatis”, iniciada na quinta-feira (8), envolve a execução de 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas – estas incluem proibição de contato com os demais investigados, restrição de saída do país com entrega de passaportes em 24 horas, e suspensão do exercício de funções públicas.

Além dos alvos já citados, a operação atinge diversas personalidades, incluindo o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira, e Filipe Martins e Marcelo Câmara, ex-assessor e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, respectivamente. Segundo informações de Daniela Lima, do G1, o ex-presidente também foi alvo da operação.

O ex-presidente Jair Bolsonaro. (Foto: Reprodução)

O Exército Brasileiro acompanha o cumprimento de alguns mandados, em apoio à PF. Os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.

Andamento da operação

A PF já prendeu ao menos dois ex-assessores de Bolsonaro. Um dos presos foi Filipe Martins, ex-assessor para Assuntos Internacionais da Presidência. Segundo fontes da PF, Martins foi detido em Ponta Grossa (PR).

O outro ex-assessor preso foi o coronel Marcelo Câmara, detido em Brasília.

Os policiais federais estão cumprindo as medidas judiciais, emitidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em estados como Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.


Aliados de Bolsonaro alvos da PF foram citados por Mauro Cid em delação


O tenente-coronel Mauro Cid. (Foto: Reprodução)

Nesta quinta-feira (8), a operação “Tempus Veritatis”, da Polícia Federal (PF), mirou aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Entre os principais alvos estão Filipe Martins, ex-assessor especial da Presidência, e Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro em 2022.

Essa ação foi impulsionada pela delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Segundo Cid, Bolsonaro estava diretamente envolvido na discussão de um decreto golpista, visando impedir a transição de governo após as eleições de 2022. Ele teria solicitado alterações em um documento que previa a prisão de autoridades e a convocação de novas eleições.

O ex-presidente Jair Bolsonaro e Mauro Cid. (Foto: Reprodução)

Além disso, Cid afirmou que Martins entregou a Bolsonaro uma versão do decreto golpista, detalhando supostas interferências da Justiça no Executivo.

Esse documento previa, entre outras coisas, a realização de novas eleições e a prisão de autoridades. Posteriormente, Bolsonaro teria concordado com as mudanças propostas na minuta.

Outro ponto mencionado por Cid foi a atuação de Walter Braga Netto, que teria mantido Bolsonaro informado sobre acampamentos golpistas montados em frente aos quartéis após a eleição de Lula. A PF investiga se Braga Netto servia de elo entre Bolsonaro e os manifestantes golpistas.

Além de Martins e Braga Netto, a operação da PF também mirou outros aliados de Bolsonaro, incluindo os ex-ministros Augusto Heleno (GSI), Paulo Sérgio Nogueira (Defesa) e Anderson Torres (Justiça).

Página de impressão amigável Enviar esta história par aum amigo Criar um arquvo PDF do artigo
Publicidade Notícia