Regionais : Tenente-coronel do Exército que desmaiou durante busca da PF trabalha em batalhão de operações psicológicas
Enviado por alexandre em 08/02/2024 20:14:49


O tenente-coronel Guilherme Marques de Almeida desmaiou durante operação da PF contra ele. Foto: Divulgação/Exército

Alvo de operação deflagrada pela Polícia Federal nesta quinta (8), o tenente-coronel Guilherme Marques de Almeida desmaiou enquanto agentes cumpriam um mandado de busca e apreensão. Ele é investigado em inquérito que apura organização criminosa que planejou golpe de Estado.

O militar é comandante do 1º Batalhão de Operações Psicológicas do Exército, que tem sede em Goiânia (GO), e trabalha na função desde janeiro deste ano. Antes de ocupar o posto, entre 2022 e 2023, ele foi oficial de Estado-Maior no Comando de Operações Terrestres do Exército, e, entre 2020 e 2022, foi instrutor na Escola de Operações Psicológicas do Exército Peruano.

Ele foi alvo da PF por suspeita de integrar núcleo de desinformação e ataques ao sistema eleitoral. Ele e colegas teriam difundido notícias e estudos falsos sobre a falta de lisura na disputa de 2022, com o objetivo de estimular apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro a permanecerem na frente de quartéis e outras instalações das Forças Armadas e criar um ambiente propício para um golpe de Estado.

Militar já foi oficial de Estado-Maior no Comando de Operações Terrestres do Exército. Foto: Reprodução

Ao ser surpreendido por agentes da PF, ele precisou ser socorrido às pressas. Segundo o portal Metrópoles, ele se recuperou e colaborou com as buscas posteriormente.

Ele foi um dos alvos da operação nesta quinta. No total, foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva, 33 de busca e apreensão e 48 medidas cautelares, que incluem a proibição de que os investigados se comuniquem entre eles.

Os principais alvos da operação, autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, foram Bolsonaro, Valdemar Costa Neto (presidente nacional do PL), e os generais Augusto Heleno (ex-chefe do GSI) e Walter Braga Netto (ex-minsitro da Casa Civil).

Mauro Cid usou celular registrado nos EUA para falar sobre golpe com aliados


O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid. Foto: Lula Marques/ Agência Brasil

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, usou um celular com número dos Estados Unidos para planejar golpe com aliados. Em mensagens do dia 12 de janeiro de 2023 obtidas pela Polícia Federal, dois dias depois da descoberta de uma minuta golpista na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, ele admite que enviou mensagens de aparelho registrado no país.

Na ocasião, Cid conversava com Filipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro preso nesta quinta (8), e enviou a ele uma notícia sobre a apreensão do documento. Em resposta, o colega enviou uma série de mensagens, apagadas pelo ajudante de ordens logo na sequência.

Momentos depois, Martins questionou:  “Foi você que me mandou mensagem de um número americano?”. Cid respondeu que sim.

Para o ministro Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) que autorizou as operações de hoje, as mensagens mostram a preocupação de aliados de Bolsonaro com o documento.

“A apreensão de uma minuta de golpe de Estado acarretou intensa comunicação entre parte dos investigados em tom de preocupação, contexto que ratifica o conhecimento deles sobre a existência e o conteúdo do documento”, escreveu o magistrado na decisão.


Alvo da PF, coronel do Exército se entrega nos EUA e terá passaporte apreendido

Coronel Bernardo Romão Corrêa Neto. Reprodução

O coronel Bernardo Romão Corrêa Neto, que foi alvo de uma ordem de prisão preventiva durante a operação da Polícia Federal, teve seu passaporte confiscado, foi removido de um curso nos Estados Unidos e será repatriado por um militar para ser entregue às autoridades brasileiras.

A informação foi fornecida por assessores do Comando do Exército que estão acompanhando os desdobramentos da operação da PF hoje.

Corrêa Neto foi um dos três militares que tiveram ordens de prisão preventiva emitidas. Juntamente com ele, o major Rafael Martins de Oliveira e o coronel Marcelo Costa Câmara já foram detidos nesta quinta-feira.

O coronel foi enviado aos Estados Unidos em 30 de dezembro de 2022. Por determinação do Comando do Exército, seu passaporte foi apreendido e devolvido à sua residência, e ele foi desvinculado do curso em andamento.



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