Nada que uma pessoa adulta não saiba de sua própria vivência: a excitação sexual é uma experiência deliciosa que pode conduzir (ou não) ao ato sexual e ao orgasmo . Geralmente começa com estímulos sensoriais (visuais ou táteis, os mais comuns) que produzem uma onda crescente de prazer.
Acompanham reações corporais de entumescimento dos órgãos sexuais por vasodilatação, e outras como arrepios, movimentos variados, sudorese... O crescimento da excitação pode ao final levar à consumação do ato sexual e a um clímax de grande prazer .
Reza a lenda urbana – e alguns artigos científicos de resultados conflitantes – que homens apresentam excitação sexual mais forte que mulheres . Se isso é verdade, a atividade cerebral deveria apresentar diferenças determinadas pelo sexo biológico das pessoas. Se não for correto, possíveis diferenças devem ser interpretadas como resultado das diferentes normas culturais e morais que as civilizações humanas criam.
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Foto: Reprodução
Já vou adiantando: a ativação cerebral é exatamente a mesma em homens e mulheres. E mais: não muda com a orientação sexual. A conclusão foi tirada por uma metanálise realizada por pesquisadores do Instituto Max Planck, na Alemanha. Metanálise é uma técnica poderosa que reúne dados de vários artigos científicos e os avalia em conjunto, com ferramentas estatísticas especiais.
Disso resulta que o volume de dados torna-se grande, e portanto estatisticamente robusto. O estudo do grupo alemão reuniu assim quase 2 mil pessoas de ambos os sexos e distintas orientações sexuais (homo, hétero e trans). A excitação era produzida por estímulos eróticos visuais – figuras e vídeos – com aquisição simultânea de neuroimagem funcional por ressonância magnética.
Os pesquisadores puderam assim avaliar quais regiões eram ativadas durante o início e o transcurso da excitação sexual. Primeiro, é claro, as regiões do córtex cerebral visual: o que estou vendo? Depois as regiões encarregadas do foco atencional: ôpa, parece interessante! Meio que ao mesmo tempo as regiões de processamento emocional e do sistema de recompensa: é gostoso! é prazeroso! E na sequência, as regiões de controle corporal: intumescência genital, arrepio, taquicardia...
A constatação que fizeram foi que a sequência e arquitetura das redes neurais envolvidas é exatamente a mesma em homens e mulheres. Sem diferença. Também a orientação sexual dos participantes não mostrou diferenças na ativação cerebral.
Conclui-se que o funcionamento cerebral foi selecionado gradualmente pela evolução para garantir o sucesso reprodutivo da espécie humana, envolvendo igualmente os dois sexos biológicos. A orientação sexual da preferência de cada um – não se sabe se determinada.
biologicamente, culturalmente, ou ambos – não modifica o padrão. O que a cultura nos trouxe a mais, em relação aos animais, é que a excitação sexual, como fonte de enorme prazer, pode ser descolada da reprodução.
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O fogo da excitação sexual, portanto, incendeia o cérebro de igual modo em homens e mulheres, sem diferença. As diferenças porventura existentes são fruto da diversidade cultural humana. A infraestrutura cerebral disponível é a mesma para todos: o uso é de livre escolha.
Fonte: O Globo