O Palácio do Planalto planeja demitir parlamentares da base do governo que assinaram pedido de impeachment contra o presidente Lula. Lideranças da Câmara dos Deputados foram comunicadas sobre a possível medida pelo líder da gestão petista na Casa, José Guimarães (PT-CE).

“Quem assinou o impeachment do presidente está dizendo claramente que não está na base. Portanto, se tinha algum tipo de espaço no governo, tem que perder. Afinal de contas, essa contradição não pode continuar. Quem assinou tem que decidir de que lado está: ao lado de Lula ou contra”, diz o deputado Alencar Santana, um dos vice-líderes do governo na Câmara.

Segundo parlamentares que participaram da reunião de líderes, os deputados que assinaram o pedido podem perder indicações a cargos regionais e sofrerem as consequências nas emendas parlamentares. Também foi repassada uma lista com o nome dos congressistas que assinaram o pedido durante o encontro.

O pedido de impeachment é da autoria da deputada bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP). O documento foi criado após o presidente comparar os ataques israelenses a Gaza ao Holocausto durante evento na Etiópia, no último dia 18.

Segundo a deputada, o pedido tem cerca de 140 assinaturas, incluindo de parlamentares que integram a base do governo Lula na Casa. Apesar do suposto número de assinaturas, lideranças descartam a possibilidade de o texto avançar no Congresso.

Esse é o 18º pedido de impeachment contra Lula. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), é o responsável por analisar os documentos e já arquivou outros dois pedidos similares, enquanto outros permanecem em análise.