Marlon Múcio levou 45 anos para descobrir qual enfermidade o acometia
Uma doença degenerativa raríssima faz com que um padre precise tomar 281 comprimidos diários para manter-se vivo. Desde criança, Marlon Múcio teve que aprender a conviver com uma deficiência que ele sequer sabia qual era. Foram necessários 45 anos e consultas com quase 100 médicos para finalmente entender o que havia com seu corpo: uma falha no transporte de riboflavina para suas células.
Os sinais já vieram desde o nascimento. Quando bebê, Marlon tinha feridas pelo corpo e até os 7 anos foi perdendo gradativamente a audição, tendo também que lidar com uma fadiga constante, dificuldade para andar e engolir.
– A minha doença é neurodegenerativa, incurável aos olhos da ciência, é progressiva, é genética congênita e é potencialmente fatal. Eu passei por quase 100 médicos, das mais diversas especialidades. Eu recebi seis diagnósticos errôneos e era tratado para o que eu não tinha – relatou o líder religioso em entrevista ao Fantástico, da Rede Globo.
Também conhecida como RTD, a deficiência no transportador de riboflavina afeta 1 a cada 1 milhão de pessoas e possui origem genética. No total, há 15 brasileiros diagnosticados com a doença, e 350 indivíduos em todo o mundo. Tais pessoas não possuem a enzima que leva a riboflavina (vitamina B2) para dentro das células.
– Eu tomo, por dia, 281 comprimidos para me manter vivo. Nós [pessoas com doenças raras] vamos a muitos especialistas, vários da mesma especialidade médica e muitos exames. E gastamos muito dinheiro até descobrir o que temos – acrescentou Múcio.
Apesar de sua condição, o líder cristão se esforça para se dedicar ao trabalho religioso e diz que gostaria de ter mais saúde para as obras sociais que Deus lhe confiou.