A advogada de Geraldo Filipe da Silva, réu pelos atos terroristas de 8 de janeiro de 2023 que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou para inocentar, afirmou que o cliente não é bolsonarista, conforme informações do jornal Correio Braziliense.

A defesa de Geraldo afirmou que ele não era um manifestante envolvido nos ataques, mas sim um morador em situação de rua.

“O Geraldo estava sem celular, descalço, com os pés machucados. Ele realmente era um morador de rua. Então, a gente conseguiu trazer tudo isso para o processo e demonstrar o que aconteceu”, disse a advogada Tanieli Telles de Camargo.

Apesar da decisão de inocentá-lo, o réu ainda está usando tornozeleira eletrônica, de acordo com a advogada. Segundo Tanieli, Geraldo está sujeito às mesmas medidas cautelares que os demais detidos pelos ataques na capital federal.

“Um dos próprios policiais ofereceu um vídeo onde o Geraldo apareceria depredando e ateando fogo em uma viatura. Nesse vídeo, eu fiz comparação das imagens, e não é o Geraldo. Era outra pessoa. Com base nisso, não existe nenhuma outra prova”, afirmou a advogada.

A argumentação da defesa destaca que, ao se aproximar da multidão, Geraldo foi confundido com um “infiltrado petista” e que, se não tivesse sido detido pela polícia, poderia ter sido agredido pelos demais manifestantes.

Geraldo foi preso em flagrante em 8 de janeiro e permaneceu detido por quase 11 meses. Ele foi liberado provisoriamente em novembro passado após a Procuradoria-Geral da República (PGR) afirmar não haver provas suficientes contra ele.

Moraes concordou com a PGR, destacando a existência de “dúvida razoável” sobre se o acusado tinha conhecimento e colaborou voluntariamente com a prática dos crimes.