Na abertura do ano legislativo o governador Marcos Rocha (União Brasil) fez um pronunciamento duro, exigindo respeito. Ele disse que o deputado que tiver alguma participação em qualquer obra será citado, mas reivindicou o mesmo tratamento. O deputado Ismael Crispin já tinha feito algo para merecer o puxão de orelhas coletivo, mas agora aprontou mais uma.

No site da prefeitura de Pimenteiras consta um convite, de Ismael Crispin, de um vereador e da prefeita Valéria Garcia, chamando a população para a assinatura da ordem de serviço para bloqueteamento das ruas do conjunto Jardim das Oliveiras. O investimento é de R$ 650,00 e o dinheiro vem do governo do estado, através da fonte 500.

O deputado não tem absolutamente nada a ver com a obra. Não há sequer um real encaminhado por ele através das suas emendas parlamentares, que são de alguns milhões de reais, mas por alguma razão a prefeita permitiu que o nome Ismael Crispin figurasse no convite que está na página oficial da prefeitura.

Em nenhum momento Ismael Crispin diz que tem alguma coisa a ver com a obra, mas o convite dá a entender isso. Por que aparece somente o nome dele, e não de outros deputados, afinal de contas? Só para constar, o governo do estado ainda não disponibilizou o recurso, mas isso deverá ser feito até a próxima semana. Talvez nem o deputado saiba disso.

A equipe do blog manteve contato com a prefeita de Pimenteiras. Ela desejou bom dia e começou a visualizar as mensagens, mas aparentemente ao entender do que se tratava, parou de visualizar.

O Entrelinhas apurou que não é a primeira vez que Ismael Crispin faz algo assim. Ele teria tentado se “apropriar” de outra obra do governo do estado, onde também não colocou um único centavo. Foi a ponte da Linha 78, em São Miguel do Guaporé. Ponte de excelente qualidade, com estrutura de concreto e aço. O dinheiro também foi 100% do Estado, sem nada de emenda parlamentar.

E Ismael Crispin ainda é da base aliada de Marcos Rocha. Pelo jeito o governador terá que voltar à Assembleia Legislativa, pois o puxão de orelhas não foi suficiente. Ainda existem deputados aparentemente traquinas.