Antecipar parte dos recursos da privatização da Eletrobras que iriam para o Tesouro para pagar dívidas das distribuidoras de energia e com isso reduzir o custo da conta de energia.
Esse é o objetivo da Medida Provisória preparada pelo Ministério das Minas e Energia (MME), que está sendo analisada pela Casa Civil, com um potencial de reduzir a tarifa em 3,5%. Na prática, isso pode representar apenas redução dos aumentos de energia e não queda no valor da fatura que o consumidor paga agora.
Essa medida provisória é uma tentativa de resolver o problema criado pelos empréstimos das distribuidoras, coordenados pelo BNDES, durante o governo Bolsonaro na crise da Covid-19.
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O impacto chega agora na conta do consumidor. Na época eu alertei que essa manobra iria acabar pesando sobre o bolso do cidadão. Porque é sempre assim, as empresas se endividam, benefícios são concedidos e quem paga a conta somos nós. E foi isso que aconteceu.
De uma forma simplificada, a proposta é usar os fundos criados com a privatização da Eletrobras para pagar esses empréstimos, com isso as empresas ficariam livres da dívida e o consumidor não teria que pagar o preço dela em sua fatura de energia.
As soluções criadas no governo Bolsonaro para a energia foram muito prejudiciais. E essa é apenas uma delas. Há outras, como o leilão de energia térmica de energia fóssil, que foi feito com preço muito alto, elevando o custo final para os consumidores.
Foi aprovado o subsídio a energias sujas como o carvão. E tem ainda o custo dos jabutis enfiados na privatização da Eletrobras, que cria a obrigatoriedade de construção de térmicas a gás em local onde simplesmente não tem gás. O fato é que as decisões erradas tomadas pelos governos acabam sempre afetando o consumidor.
Fonte:O Globo