O Primeiro Comando da Capital (PCC) expande suas operações no tráfico internacional, negociando cargas bilionárias de cocaína para a Europa e África. Em meio a essa expansão, a facção precisa diversificar os locais de despacho da droga e abrir mão do domínio de certos territórios, enquanto mantém sua influência em áreas estratégicas.
Com uma presença estabelecida em todo o Brasil, o PCC permite que grupos rivais assumam gradualmente o controle do tráfico local, enquanto mantém territórios-chave, como no Rio Grande do Norte, devido à BR-116, uma importante rota de transporte.
Esta rodovia, que liga os estados do Rio Grande do Sul ao Ceará, inclui o Porto do Mucuripe, em Fortaleza, utilizado como uma rota alternativa para o despacho de drogas ao exterior quando há dificuldades operacionais no Porto de Santos, em São Paulo, onde o PCC concentra suas atividades.
Para atender à demanda crescente por cocaína na Europa, a facção passa a despachar a maioria das cargas por via marítima, escondendo-as em contêineres ou nos cascos de navios. Cerca de 60% da cocaína enviada por via marítima sai do país pelo Porto de Santos, mas o PCC também utiliza os portos do Rio de Janeiro e de Fortaleza para exportação, visando evitar a detecção das autoridades.