Justiça : Dono de Mercedes que tirava racha, matou 2 e deixou bebê paraplégico vive impune
Enviado por alexandre em 06/05/2024 10:00:00


O empresário André Veloso Micheletti. (Foto: Reprodução)

O acidente na Rodovia Imigrantes, em 2018, deixou um rastro de destruição e dor para as famílias de André Gonçalves e Wesley Bispo. O impacto da colisão matou duas pessoas, deixou um bebê paraplégico e mudou para sempre a vida dos sobreviventes. O empresário André Veloso Micheletti, que dirigia uma Mercedes em alta velocidade, foi condenado, mas continua impune seis anos após o acidente. O relato foi publicado no portal uol.

André Gonçalves, sua esposa e seus três filhos voltavam de uma viagem ao litoral quando a Mercedes bateu na traseira do carro em que viajavam, causando um acidente catastrófico. A esposa de Gonçalves morreu no local, enquanto ele ficou paraplégico. Wesley Bispo também perdeu sua esposa no hospital, e seu filho de um ano e meio ficou paraplégico. Ambos os homens ainda lutam por justiça e indenizações.

As investigações apontaram que Micheletti poderia estar participando de um racha na rodovia ao lado de um Camaro preto. Uma testemunha relatou que viu a Mercedes passar em alta velocidade, seguida pelo outro veículo, segundos antes do acidente. No entanto, o juiz Gustavo Kaedei, do caso, não encontrou evidências suficientes para comprovar a corrida ilegal, o que permitiu que Micheletti permanecesse livre.

O empresário foi preso no dia do acidente, mas foi liberado após 44 dias, pois a Justiça considerou que ele não representava perigo às investigações. Atualmente, o processo criminal está parado aguardando a realização de um laudo sobre o Camaro. Já as ações cíveis movidas por Gonçalves e Bispo resultaram em condenações em primeira e segunda instâncias, mas Micheletti ainda não pagou as indenizações.

Os valores das indenizações, que cobrem danos morais, despesas médicas, funerais e pensão vitalícia, chegam a R$ 1,5 milhão para Gonçalves e R$ 500 mil para Bispo, segundo o advogado Cezar Augusto Oliveira. O processo está no Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde a defesa de Micheletti busca diminuir os valores das indenizações. O advogado das famílias acusa o empresário de esconder seus bens para evitar o pagamento das indenizações.

Micheletti, segundo Oliveira, utiliza dois apartamentos, uma Mercedes, duas Range Rover e um Porsche, mas eles estão em nome de terceiros ou de empresas da família, como uma estratégia para evitar bloqueios judiciais. O Porsche, em nome do empresário, foi “escondido”, e a última vez que foi visto foi em Mogi Guaçu, segundo relatos. Mesmo com os bloqueios impostos pela Justiça, Micheletti ainda não cumpriu com suas obrigações financeiras.

Consequências

André Gonçalves, que ficou paraplégico após o acidente, teve que reinventar sua vida. Ele trabalhava como feirante e guincheiro de carros, mas agora depende de ajuda para tarefas básicas. “Foi difícil aceitar a paralisia e perder a mulher com quem vivi por 20 anos”, lembra ele. Gonçalves precisou encontrar forças para seguir em frente e, hoje, trabalha pela internet comprando carros em leilão e revendendo para sustentar sua família.

Carro em que Wesley estava com sua esposa e filho. (Foto: Reprodução)

Wesley Bispo perdeu a esposa e agora cria seu filho paraplégico sozinho. Ele conta que sua vida virou de cabeça para baixo após o acidente e que passou a sofrer de depressão e ansiedade. Bispo relata que teve que lidar com todo o processo burocrático, cuidando do filho e trabalhando como motorista de aplicativo para pagar as contas. “Eu só chorava à noite em casa e depois levantava cedo para cuidar de tudo”, diz ele.

Para Bispo, a maior dor é saber que o responsável pelo acidente ainda está solto. “Ele matou duas pessoas, deixou quatro órfãos e dois paraplégicos. Ele destruiu nossas famílias e está solto”, desabafou ao uol.


Contrariando evidências, motorista do Porsche diz que só bebeu água antes de acidente


Fernando Sastre Filho, o motorista da Porsche que matou motorista de aplicativo. Foto: Reprodução

Cerca de sete horas antes de ter sua prisão preventiva decretada, Fernando Sastre Filho revelou em entrevista ao Fantástico sua versão sobre a noite em que se envolveu no acidente de trânsito que resultou na morte do motorista de aplicativo Ornaldo Viana.

O Porsche colidiu a 150 quilômetros por hora em uma avenida da Zona Leste de São Paulo na traseira do carro da vítima. O amigo de longa data do playboy, que também estava no veículo, informou à polícia que Fernando havia ingerido bebida alcoólica naquela noite, mas o empresário afirma o contrário. “Eu bebi água, eu pedi água”, assegura Fernando. Câmeras de segurança e outras informações da polícia também indicam o consumo de bebidas alcoólicas.

Ele também foi indagado sobre sua velocidade na via, onde o limite permitido é de 50 km/h. De acordo com a perícia, no momento da colisão com o carro do senhor Ornaldo, o Porsche de Fernando, avaliado em R$ 1,3 milhões, estava a 114 km/h. Instantes antes do impacto, chegou a atingir ainda mais: 156 km/h. Enquanto isso, o Sandero trafegava a menos de 40km/h.

“Dentro do veículo, não tive a sensação de que estava em uma velocidade tão alta. Aliás, eu acho que seria útil uma segunda análise pericial, para garantir a precisão dessa medição”, argumenta.

Este não é o primeiro incidente de trânsito em que Fernando está envolvido. Em seu histórico, constam multas por excesso de velocidade e envolvimento em corridas ilegais, os rachas.

Porsche de Fernando Sastre Filho em alta velocidade causou o acidente com o motorista Ornaldo Viana. Foto: Reprodução

Atualmente, Fernando é réu por homicídio e lesão corporal gravíssima, ambos com dolo eventual, que é quando se assume o risco de matar e ferir.

O pedido de prisão foi emitido pelo Tribunal de Justiça de São Paulo na última sexta (3), após três rejeições em instância inicial. A defesa de Fernando planeja ingressar com um pedido de habeas corpus.

Em comunicado, a Secretaria da Segurança Pública reconhece falhas de procedimento e afirma que responsabilizará os policiais por não seguirem a legislação e por não submeterem o motorista ao teste do bafômetro.

Além disso, declarou que não fornecerá mais detalhes do caso, pois está sob segredo de justiça. Da mesma forma, o Ministério Público se recusou a conceder entrevistas por causa do sigilo.

Neste momento, Fernando é considerado um foragido da Justiça e seu advogado, Jonas Marzagão, afirmou que o motorista do Porsche se entregará somente quando a defesa receber do juiz a garantia de que o cliente estará seguro na detenção.

Confira o vídeo:https://www.diariodocentrodomundo.com.br/contrariando-evidencias-motorista-do-porsche-diz-que-so-bebeu-agua-antes-de-acidente/

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