Além das majestosas florestas, o bioma Amazônico também possui rica formação não florestal. Assim como as florestas, no entanto, tais ecossistemas estão sumindo. Segundo dados divulgados nesta quarta-feira (8) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), as áreas não florestais na Amazônia já perderam 10,7% de sua cobertura original.
Em toda sua extensão, a Amazônia possui 280 mil km² de áreas de campos alagados, lavrados, pântanos, apicuns, formações campestres e rochosas, que correspondem a 6,6% de todo o bioma. É uma área tão grande que, em sua extensão, caberia uma vez e meia o bioma Pantanal.Segundo o INPE, historicamente, desses 280 mil, 29.812,13 km² já foram derrubados, o equivalente ao território da Bélgica. Os dados fazem parte de um novo conjunto de análises do INPE.
“Até então as formações não florestais não eram monitoradas pelo INPE, não se tinha informação do que estava acontecendo na ocupação. E é uma área de importância ecológica grande, com espécies endêmicas”, explicou Cláudio Almeida, coordenador do programa de monitoramento por satélite do INPE, durante lançamento dos dados.
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Historicamente, o estado do Mato Grosso foi o que mais desmatou as áreas não florestais no bioma amazônico. A partir de 2022, no entanto, Roraima passou a figurar no topo da lista, devido ao avanço da agricultura nos lavrados do estado.
“Mais recentemente, recebemos a informação de expansão da agricultura na região [não florestal], principalmente na região de lavrado em Roraima, mas a gente não tinha exatamente esse número para poder avaliar. Agora temos e, com isso, passamos a monitorar 100% do território brasileiro”, disse Almeida.
Dos quase 30 mil km² historicamente destruídos nas áreas não florestais da Amazônia, o Mato Grosso é responsável por 7,2 mil km² (42,7%) do total, seguido por Roraima, com 3,1 mil km² (18,9%), Pará, com 1,79 mil km² de destruição (10,6%), Rondônia, com 1,72 mil km² (10,3%), Amazonas, com 1,07 mil km² (6,35%), Amapá, com 1,06 mil km² (6,34%), Maranhão, com 543 km² (3,22%), Tocantins, com 261 km² (1,55%) e Acre, com 4,36% (0,03%)
Fonte: Nexo