Os jornalistas italianos fizeram greve por um dia contra os planos do governo de restringir reportagens baseadas em materiais obtidos de grampos telefônicos feitos pela polícia. A maioria dos jornais e boletins noticiosos da Itália não circularam nesta sexta-feira (9). O governo diz que a lei é necessária para proteger a privacidade de indivíduos contra investigações arbitrárias, mas críticos alegam que ela vai prejudicar a luta contra o crime organizado e dificultar o trabalho da imprensa de reportar casos de corrupção. Previsto para ser votado pelo Parlamento este mês, a proposta pretende reduzir as condições em que magistrados podem ordenar grampos e proibir jornais de usar as transcrições enquanto as investigações preliminares não forem concluídas, o que pode levar anos. O principal sindicato de jornalistas do país, FNSI, disse que a legislação vai "limitar gravemente o direito dos cidadãos de tomar conhecimento do andamento de inquéritos judiciais, impondo graves limites à livre circulação de informações". Segundo o jornal Corriere della Sera, Berlusconi, cuja popularidade caiu nove pontos, para 41 por cento, nas seis últimas semanas, afirmou que vai renunciar se o Parlamento rejeitar o projeto.