Regionais : EUA:Com novas regras, imigrantes com histórico criminal serão rapidamente deportados, diz administração Biden
Enviado por alexandre em 19/05/2024 15:37:32


Agência não informou quantas pessoas seriam afetadas pela determinação, mas disse no comunicado que era um número pequeno.

Republicanos têm criticado consistentemente a administração do presidente Joe Biden por políticas que, segundo eles, agravaram os problemas na fronteira sul.

Uma nova regra do governo dos EUA anunciada quinta-feira, visa acelerar o processo de pedido de asilo na fronteira sul, permitindo que um grupo limitado de pessoas que se acredita terem cometido crimes graves ou tenham ligações terroristas seja rapidamente rejeitado.

A mudança ocorre no momento em que o governo federal tenta mostrar aos eleitores que está no controle da fronteira sul, num ano eleitoral em que a imigração é uma questão fundamental.

Os republicanos têm criticado consistentemente a administração do presidente Joe Biden por políticas que, segundo eles, agravaram os problemas na fronteira sul.

Num comunicado divulgado para anunciar as mudanças, o Departamento de Segurança Interna (DHS) disse que os migrantes considerados uma ameaça pública são detidos, mas se são elegíveis para asilo será determinado até mais tarde no processo.

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De acordo com a regra proposta, os funcionários responsáveis ​​pelo asilo que ouvem os casos numa fase inicial de revisão – que ocorre dias após a chegada de uma pessoa ao país – poderão agora ter em conta o histórico criminal ou ligações terroristas ao decidir se alguém deve ser deportado do país.

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“Isso permitirá que o DHS remova rapidamente indivíduos que representam uma ameaça para os Estados Unidos muito mais cedo do que é atualmente possível, protegendo melhor a segurança da nossa fronteira e do nosso país”, afirmou o departamento no comunicado.

Ao abrigo da legislação atual, existem certas barreiras obrigatórias que tornam as pessoas inelegíveis para asilo, por exemplo, se tiverem sido condenadas por um crime particularmente grave.

Mas normalmente entram em jogo quando um juiz de imigração toma uma decisão final sobre se alguém recebe asilo, e esse processo pode levar anos.

Os migrantes normalmente são detidos durante esse período, disse o departamento.

“A regra proposta permitirá que as autoridades de asilo recusem pedidos dentro de dias após uma pessoa ser encontrada, quando houver provas de que a pessoa foi excluída do asilo devido a terrorismo, segurança nacional ou proibição criminal, reduzindo significativamente o tempo total entre o encontro e a deportação de os Estados Unidos”, disse o departamento.

A agência não informou quantas pessoas seriam afetadas pela determinação, mas disse no comunicado que era um número pequeno.


Quase 9 mil brasileiros foram deportados dos EUA desde 2019

De outubro de 2019 até maio deste ano, 8.969 pessoas foram deportadas dos Estados Unidos para o Brasil. No total, 94 aviões pousaram no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, levando homens, mulheres e famílias inteiras em situação irregular no país ou que foram presos ao tentar atravessar a fronteira pelo México. O levantamento foi feito pelo G1 Minas.

Segundo a BH Airport, concessionária que administra o terminal, o Aeroporto de Confins é o terminal para onde, desde 2019, vão todos os voos com brasileiros deportados dos EUA. A razão para isso é que grande parte das pessoas são de Minas Gerais.

A  Polícia Federal prendeu três pessoas suspeitas de promover um esquema de migração ilegal para os Estados Unidos. A estimativa é que 250 pessoas entraram ilegalmente no páis, entre elas 100 crianças e adolescentes.

Os imigrantes chegavam a pagar US$ 25 mil para entrarem no esquema. Mesmo com a promessa de facilitação da entrada nos Estados Unidos, muitos acabam voltando para casa.

Brasileiros já relataram maus-tratos por parte das autoridades norte-americanas. Muitos disseram que tiveram que viajar de volta algemados, em frente ao filhos.

Desde 2019, os voos de deportação foram intensificados "em razão do aumento das detenções de nacionais na fronteira Sul dos Estados Unidos", segundo o Itamaraty. Na época, o governo de Donald Trump endureceu a imigração nos Estados Unidos. Mesmo com a eleição de Joe Biden, em 2020, a situação não mudou.

Em nota, o Itamaraty disse que tem procurado "sensibilizar o público para os riscos envolvidos nas tentativas de ingresso irregular nos EUA".

O Ministério das Relações Exteriores disse que "o processo de deportação ocorre integralmente sob as leis e a jurisdição soberana dos Estados Unidos".

"O MRE segue acompanhando com atenção os desdobramentos que envolvem os voos de repatriação de cidadãos brasileiros. As repartições consulares brasileiras nos Estados Unidos prestam assistência consular aos brasileiros naquele país, independentemente de sua situação imigratória, e zelam para que lhes seja assegurado tratamento digno e respeitoso", completou o Itamaraty.

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