Corpos dos haitianos estão sendo comidos por "cães e porcos" nas ruas, enquanto os seus parentes têm grande dificuldade de recuperar os cadáveres por causa da onda de violência das gangues que levou o caos social ao país do Caribe.Enquanto uma guerra sangrenta assola as ruas do país, mais de 2.500 pessoas foram mortas ou feridas apenas nos primeiros três meses do ano, segundo a ONU.
Os deslocados pela violência de gangues devem ultrapassar 400 mil nos próximos meses. Em massa, famílias sem-teto correram dos membros de gangues que queimaram suas casas e mataram seus vizinhos, ocuparam dezenas de escolas, igrejas e até mesmo prédios do governo. Muitos lugares não têm água corrente, banheiros com descarga ou coleta de lixo. Os mais sortudos estão dormindo no sofá de um amigo.
De acordo com o "LA Times", o mais novo e terrível capítulo do caos haitiano produz cenas dantescas: corpos deixados à mercê de animais famintos.
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"As vítimas da violência dos gangues são cada vez mais deixadas a apodrecer nas ruas, vítimas de porcos e cães, porque um número crescente de áreas é perigoso demais para as pessoas saírem e recuperarem os corpos. Alguns corpos nunca mais são vistos, especialmente os de oficiais da Polícia Nacional do Haiti que são mortos por gangues", afirmou o jornal dos EUA.Uma gangue liderada pelo ex-policial de elite Jimmy Chérizier, conhecido como Barbecue, está no centro da violência.
Ele é culpado pelos assassinatos e ataques no bairro de Solino, na capital haitiana, Porto Príncipe, onde uma família teve "a sorte" de recuperar os restos mortais de Jhon-Roselet Joseph, que foi atingido por uma bala perdida no início deste mês.Um primo disse que estava atravessando a rua para voltar para casa quando uma bala o atingiu no pescoço.Como resultado de mortes frequentes, os líderes comunitários isolaram Solino, controlando quem entra.
Foto: Reprodução
No fim de abril, o novo conselho de transição do Haiti, que assumiu a chefia de Estado após a renúncia do controverso primeiro-ministro Ariel Henry, elegeu Edgard Leblanc Fils como presidente do órgão de governo, e Fritz Bélizaire, ex-ministro dos Esportes, para o cargo de premier, durante uma cerimônia realizada em Porto Príncipe. Leblanc e Bélizaire, que receberam quatro votos cada, terão o papel de restabelecer a ordem no país caribenho, devastado pela violência das gangues.
Fonte: Jornal Extra