Após mais de cinco meses longe de sua mãe e de seu país natal, a bebê brasileira de 1 ano e...

Após mais de cinco meses longe de sua mãe e de seu país natal, a bebê brasileira de 1 ano e 10 meses, levada pelo pai sem autorização e abandonada na selva de Darién, entre a Colômbia e o Panamá, finalmente retornou ao Brasil na manhã do dia 28.

Desde o final de dezembro passado, quando foi resgatada pelo serviço migratório do Panamá após ser encontrada por imigrantes haitianos na densa floresta, a bebê, filha de uma angolana residente em São Paulo, estava sob custódia do Serviço Nacional de Infância e Família panamenho.

Após intensas negociações intermediadas pela Autoridade Central Federal brasileira, responsável por casos de adoção e subtração internacional de menores, a bebê finalmente foi liberada para retornar ao Brasil neste mês de maio.

Desembarcando no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, a bebê foi trazida por sua advogada após um esforço conjunto para viabilizar as passagens de ida e volta. Inicialmente, a família buscou apoio do Ministério das Relações Exteriores, mas diante da demora, uma organização internacional assumiu os custos das passagens, tornando possível o retorno da criança.

A bebê, cujo pai biológico a levou para a perigosa rota de Darién sem o consentimento da mãe, foi entregue ao grupo de imigrantes haitianos por um parente do pai, que supostamente a deixou com a promessa de retornar, o que nunca ocorreu.

O caso da bebê brasileira é um dos muitos exemplos de tragédias humanas na rota de Darién, que tem sido cada vez mais percorrida por imigrantes em busca de uma vida melhor nos Estados Unidos. Com mais de 16,4 mil brasileiros cruzando a selva desde 2019, a região enfrenta um aumento alarmante no número de travessias, muitas vezes envolvendo menores de idade em situações precárias e perigosas.

O retorno da bebê ao Brasil é um momento de alívio e esperança, mas também um lembrete do desafio contínuo de proteger os direitos e a segurança das crianças em situações vulneráveis. O caso também ressalta a importância do trabalho conjunto entre autoridades e organizações internacionais para enfrentar o tráfico de pessoas e garantir a proteção dos mais vulneráveis em todo o mundo.