Aeronave tem iniciais de Fernando Magalhães na fuselagem e valor estimado em cerca de R$ 1 milhão
Nesta terça-feira (11), a Polícia Federal (PF) realizou uma busca e apreensão contra o advogado de Adélio Bispo, Fernando Magalhães. Na ação, um carro da marca Porsche e um jatinho foram apreendidos.
A suspeita é que o jatinho e o veículo tenham sido adquiridos com recursos de origem criminosa. A aeronave tem as iniciais de Fernando Magalhães na sua fuselagem e valor estimado em cerca de R$ 1 milhão.
A corporação conseguiu indícios de que o advogado atuou na lavagem de dinheiro para a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Para a PF, não há prova de que o grupo criminoso pagou pela defesa de Adélio Bispo.
A investigação apontou que Fernando e outros advogados decidiram defender Adélio por interesse em notoriedade pública. Magalhães não atua mais na defesa do autor de Adélio, que agora está a cargo da Defensoria Pública da União. As informações são de Aguirre Talento, do UOL
A PF nega que os supostos crimes cometidos pelo advogado tenham relação com o atentado à faca que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A corporação reiterou que Adélio Bispo agiu sozinho ao esfaquear o até então candidato à Presidência, durante campanha em Juiz de Fora (MG) em 2018.
Em coletiva de imprensa na manhã desta terça, o diretor-geral da entidade, Andrei Rodrigues, disse que a PF recebeu uma denúncia envolvendo um elo entre a facção, o advogado e o crime, e investigou.
– A conclusão foi que não há relação. Comprovamos, sim, a vinculação desse advogado com o crime organizado, mas nenhuma vinculação desse advogado com a tentativa de homicídio do ex-presidente. Com isso, encerramos essa investigação. Apresentamos ao Poder Judiciário hoje esse relatório sugerindo, em relação ao atentado, o arquivamento – assinalou.
A PF determinou o bloqueio de R$ 200 milhões da conta do advogado. O vínculo entre o profissional e a facção criminosa vinha sendo apurado desde 2021.
Saiba quem é o advogado alvo da PF que defendeu Adélio e Bola
Fernando Magalhães é suspeito de ter ligações com o PCC
O advogado Fernando Costa Oliveira Magalhães, que atuou na defesa de Adélio Bispo, é um profissional criminalista de Minas Gerais que mantém um escritório na cidade mineira de Lagoa Santa. Ele atua em várias áreas além de criminal, como família, trabalhista, civil, comércio exterior e outras. As informações são do UOL.
O nome do profissional de Direito passou a ser destaque na imprensa nesta terça-feira (11) após uma operação da Polícia Federal (PF) que aponta para uma suposta ligação entre Magalhães e Primeiro Comando da Capital (PCC).
A PF encontrou indícios de que o advogado esteve envolvido na lavagem de dinheiro para o PCC, utilizando recursos provenientes do tráfico de drogas. Apesar desta ligação, as investigações concluíram que não há evidências de que a facção criminosa tenha financiado a defesa de Adélio.
Além de defender o ex-filiado do PSOL, Fernando Costa Oliveira Magalhães também defendeu o ex-policial militar Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como “Bola”, no processo relacionado ao homicídio e ocultação do cadáver de Eliza Samudio, modelo e ex-amante do goleiro Bruno Fernandes. O crime ocorreu em 2010, e Bola foi condenado a 22 anos de prisão em 2013.
DOADOR ANÔNIMO E AUTOPROMOÇÃO Magalhães não defendeu Adélio Bispo sozinho, outros três advogados trabalharam no caso: Zanone Manuel de Oliveira Junior, Pedro Augusto de Lima Felipe e Possa, e Marcelo Manoel da Costa. A investigação da PF apontou que todos eles buscaram notoriedade pública ao defender Adélio. Em entrevista à BBC Brasil em 2018, Oliveira Junior admitiu que aceitar o caso fazia parte de uma estratégia de autopromoção profissional. Os honorários advocatícios foram pagos por um doador anônimo.
LIGAÇÃO COM O PCC Na operação deflagrada nesta terça, foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão em cidades mineiras, incluindo Pará de Minas, Lagoa Santa e São José da Lapa. Itens como uma aeronave com as iniciais de Fernando Magalhães na fuselagem, avaliada em cerca de R$ 1 milhão, foram apreendidos por suspeita de origem criminosa. Além disso, bens no valor total de R$ 260 milhões foram bloqueados, e 24 estabelecimentos comerciais tiveram suas atividades lacradas e suspensas.