Brasil : Apoio do Planalto à exploração do petróleo e obras de pavimentação da BR-319 isolam politicamente Marina Silva
Enviado por alexandre em 18/06/2024 01:07:10

 Osíris M. Araújo da Silva

Desde o presidente da República aos titulares de ministérios e órgãos afins que se ocupam dos recursos da
biodiversidade contrariando posições ambientalistas radicais da ministra do Meio Ambiente, Marina da Silva,
seus palpites vêm perdendo credibilidade, o que a leva ao incômodo isolamento perante o governo federal. Até
por encontrar-se manietada e submissa à pressão explícita de ONGs ambientalistas radicais contrárias à
exploração das potencialidades geoeconômicas legadas pela Mãe Natureza ao Brasil. O presidente Lula da Silva
tem se manifestado favorável ao estabelecimento de plataformas para extração de petróleo na Margem
Equatorial. O tom de seus posicionamentos foi externado em discurso a investidores no Rio de Janeiro, quando
defendeu a possibilidade do Brasil explorar as reservas petrolíferas na região, que inclui a foz do rio Amazonas,
argumentando que ela pode viabilizar “um salto de qualidade extraordinário”, além de oportunidade econômica
que o Brasil não pode “jogar fora”.

O presidente vem reiteradamente sinalizando a investidores que as condições são favoráveis por parte do
Executivo e que o sinal está aberto para a retomada de projetos barrados pelo IBAMA no ano passado,
alegadamente “por conta dos riscos ambientais”. Os argumentos presidenciais, distantes das intransigentes
argumentações de Marina da Silva, são frequentemente apoiados pelo ministro Alexandre Silveira (Minas e
Energia), e pela nova presidente da Petrobras, Magda Chambriard, para quem “a empresa atuará para apoiar o
desenvolvimento do país e o aumento do PIB”. Além do que, segundo informes da empresa, “as reservas da
Margem Equatorial são a principal aposta da Petrobras para manter o nível de extração de petróleo a partir da
década de 2030, quando a produção do pré-sal deve começar a cair. Assim, a nova fronteira daria segurança
energética ao país durante a transição para a economia verde”.

Por seu turno, relatório do Grupo de Trabalho sobre a pavimentação da rodovia BR-319 concluiu que existem
elementos para garantir a viabilidade técnica e ambiental para realizar o empreendimento. De acordo com o
ministro dos Transportes (MT), Renan Filho (MDB), há espaço para a realização do projeto com
sustentabilidade levando em conta que a BR-319 “será uma rodovia com cercamento em áreas de floresta, com
passagem de fauna subterrânea e aérea”. O MT promoveu ampla interlocução com áreas ministeriais e órgãos
envolvidos e com a sociedade em audiências públicas na região amazônica. Tais encontros foram determinantes
para o entendimento sobre a viabilidade da obra, dependendo apenas das licenças finais, “que logo deverão ser
liberadas”.

O relatório do Ministério dos Transportes deixa claro que “o Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de
Impacto Ambiental – EIA/RIMA, feitos pelo DNIT, utilizado como base para emissão da licença prévia
672/2022, ilustram o compromisso do órgão em respeitar os compromissos acordados nas condicionantes que
estiverem sob sua gestão, necessárias para garantir a Licença de Instalação”. Segundo GT Rodovias da BR-319,
do CREA-AM, deve haver compromisso amplo de preservação ambiental e respeito às comunidades
tradicionais.

Nesse sentido, o GT propõe “modelo reforçado por policiamento e a implementação de portais de controle”.
Um projeto que, em sua base, “tenha como premissa o respeito ao meio ambiente e aos povos originários tem
plenas condições de coibir preventivamente eventuais danos ao bioma”. Para o engenheiro Marcos Maurício, do
GT de Rodovias do Crea-AM, “a despeito de muito do que está insculpido no relatório do Grupo de Trabalho
do Ministério dos Transportes já constar no Estudo de Impacto Ambiental (EIA), aprovado em julho de 2022, o
documento divulgado nesta terça-feira, 11, entretanto, é um avanço, sob o ponto de vista político, de
envergadura bem maior”.

Sobre o autor

Osíris M. Araújo da Silva é economista, escritor, membro do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA) e da Associação Comercial do Amazonas (ACA).

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista  ... - Veja mais em https://portalamazonia.com/economia-na-amazonia/apoio-do-planalto-a-exploracao-do-petroleo-e-obras-de-pavimentacao-da-br-319-isolam-politicamente-marina-silva/

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