O presidente Lula afirmou que subirá em palanques para apoiar candidatos nas eleições municipais deste ano, mas que tomará cuidado para não gerar “descontentamento” de aliados. O petista diz que fará campanha contra “negacionistas” na disputa e que quer evitar um “revés no Congresso Nacional”.
“Embora eu pertença a um partido político, eu tenho uma base de apoio no Congresso que extrapola meu partido. Então eu tenho que levar em conta, nas cidades em que esses partidos que me apoiam estão disputando, quem são os adversários”, afirmou em entrevista à rádio Verdinha, do Ceará.
“Naquele em que os adversários forem ideológicos, dos negacionistas, você pode ter certeza que eu vou fazer campanha”, prosseguiu o presidente. Ele diz que vai apoiar candidatos que acredita que “vão melhorar a vida do povo”.
“Mas com muito cuidado, porque também não posso ser pego de surpresa e ter um revés no Congresso Nacional de descontentamento”, acrescenta.
Ele deve atuar fortemente nas disputas por duas prefeituras neste ano. Em São Paulo, Lula apoiará Guilherme Boulos (PSOL), que terá como principal adversário o atual prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
No Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD) deve receber o apoio do mandatário. O atual prefeito disputará a eleição contra o deputado Alexandre Ramagem (PL), ex-diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) no governo Bolsonaro.
“Não posso discutir minha candidatura agora. Se chegar na hora de decidir, eu perceber que os negacionistas que destruíram esse país, que passaram a ideia de que o que vai melhorar esse país é vender arma para o povo, é fazer escola cívico-militar, mentira na internet, mentira sobre religião, eu vou fazer um esforço incomensurável para não deixar um negacionista voltar a presidir o nosso país”, afirmou.