Dinho Ouro Preto, líder do Capital Inicial, afirmou em entrevista ao Estadão que, apesar de ter apoiado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições, não deseja que a banda se transforme em um palanque político.
“Olha, eu digo o que penso. Me considero de centro-esquerda. O extremismo me preocupa. Durante as últimas eleições, eu e várias outras pessoas que não são petistas, Simone Tebet, Alckmin, FHC, apoiamos o Lula por perceber o perigo que o Bolsonaro representava”, explicou.
Ele mencionou a perda de seguidores nas redes sociais devido ao seu posicionamento, mas defende o direito de se manifestar em certos momentos:
“De fato havia perigo, tanto que em 8 de janeiro os caras tentaram dar um golpe. Antes da eleição, fiz o L, perdi dezenas de milhares de seguidores. Em alguns momentos críticos da história do Brasil você precisa se pronunciar. Somos de uma geração engajada, mas também não quero que o Capital vire um palanque. Eu não sou um ativista, sou um músico.”
O músico, no entanto, ainda demonstrou certo flerte com o bolsonarismo e realizou críticas a Lula:
“Agora, você não pode achar que metade do Brasil que votou no Bolsonaro é fascista. Uma grande fatia disso engloba os antipetistas, os conservadores… Mas daí a dizer que são fascistas é extrapolar. Do mesmo jeito que isso vale para a esquerda também. Inclusive, o Lula volta e meia faz elogios a autocracias, algo que tenho dificuldade de engolir”.