O ciúmes é algo muito comum entre os brasileiros. Segundo pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva, em parceria com QuestionPro, mais da metade da população acredita que quem ama de verdade sente ciúmes. No entanto, apenas 10% das pessoas admitem vivenciar esse sentimento com frequência.
É errado sentir ciúmes? E dá para ter ciúmes de uma forma saudável? O Metrópoles contou com a ajuda de psicólogos para esclarecer dúvidas que podem “alugar um triplex” nos pensamentos de muitas pessoas.
A neuropsicóloga especialista no tratamento de transtornos Roselene Espírito Santo explica que, embora possa surgir em relações amorosas, ele não é um indicador direto de amor.
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Na verdade, a emoção pode estar ligada ao medo de perda ou à baixa autoestima. “É um sentimento comum. A chave está em como lidamos com ele. Reconhecer e entender o ciúmes pode ajudar a abordá-lo de maneira construtiva e saudável para manter o equilíbrio e a saúde da relação”, esclarece a psicanalista.
Uma das raízes do surgimento do ciúmes pode estar em fatores como insegurança, experiências passadas de traição e até mesmo o medo constante de perda ou abandono. E não tem correlação com escolhas pessoais do indivíduo. Assim, tirar o peso da culpa, admitir que está sentindo ciúmes e refletir sobre suas causas são alguns primeiros passos para entender o que essa emoção revela das noções que o indivíduo tem de si mesmo ou daquele relacionamento.
“Ele pode ser desencadeado por situações que ameaçam a percepção de segurança emocional em um relacionamento”, adiciona Roselene.
Segundo a especialista, a ideia de que há uma assimetria no relacionamento é uma das fontes do ciúmes. Uma percepção que nasce na perspectiva de que o outro tem qualidades das quais nós não temos, desde inteligência, diferentes esferas sociais, beleza física ou poder financeiro elevado. Ou seja, em que há uma distorção de valores e referências pessoais, causando gatilhos de inseguranças pessoais.
QUANDO O CIÚMES VIRA UM PROBLEMA?
É preciso se policiar em relação ao sentimento quando ele se torna um fator nocivo ao relacionamento. Roselene Espírito Santo explica que o amor, quando saudável, se baseia em confiança e respeito mútuo, enquanto o ciúmes pode refletir a necessidade de controle e possessividade.
Logo, comportamentos controladores, invasão de privacidade, acusações infundadas e conflitos constantes são um indicativo de que a emoção está fora de controle. “Quando o ciúmes leva a desconfiança crônica, possessividade ou violência psicológica, verbal e física, ele se torna prejudicial e pode minar a saúde emocional e o bem-estar do relacionamento”, afirma.
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De acordo com a psicóloga Cláudia Melo, o ciúmes excessivo pode minar a confiança, a intimidade e a liberdade na relação, causando sofrimento para ambas as partes. A ideia de posse e crenças culturais e familiares sobre relacionamentos também influenciam na forma em que percebemos o “normal” nos relacionamentos.
Melo, então, indica que uma das melhores maneiras de lidar com o ciúmes é por meio da comunicação aberta e honesta com o parceiro. Fortalecida, a comunicação gera confiança mútua no relacionamento, e são estabelecidos limites saudáveis nas questões pessoais que possam alimentar o ciúmes.
Se você acredita viver em uma relação em que há um desequilíbrio do bem-estar devido ao sentimento, o ideal é buscar o apoio de um profissional, como um terapeuta.
Fonte: Metrópoles