A cúpula da Procuradoria-Geral da República (PGR) considera que a deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP) foi “infeliz”, mas não cometeu crime de racismo ao confundir os nomes e chamar a deputada Benedita da Silva (PT-RJ) de “Chica da Silva”, conforme informações da colunista Malu Gaspar, do Globo.
Embora a PGR ainda não tenha se pronunciado oficialmente, será necessário fazê-lo devido a uma representação apresentada pelo líder do PT na Câmara, Odair Cunha (PT-MG), contra a simpatizante do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na última quarta-feira (3).
Na terça-feira (2), Zambelli chamou Benedita de “Chica” durante a Reunião de Mulheres Parlamentares do P20, em Maceió (AL), enquanto expressava sua insatisfação por não ter tempo de fala. O evento reuniu parlamentares dos países do G20 para debater temas como combate às desigualdades e representatividade feminina.
“Eu não vou ter poder de fala, né? Eu não vou falar porque provavelmente… não sei por que que não vou falar. Parece que já foi montada pela Secretaria da Mulher, que é a Chica da Silva”, disse Zambelli.
Interlocutores do procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmam que, para caracterizar o crime de racismo, seria necessário provar que Zambelli teve a intenção de ofender a deputada petista em ambas as ocasiões.
Em nota, Zambelli alegou que confundiu os nomes e pediu desculpas a Benedita durante o evento em Alagoas. No entanto, Benedita declarou que considera a fala da bolsonarista racista e afirmou que a deputada “terá a correção necessária”.