A clínica evangélica de reabilitação para dependentes químicos Efatá, em Cotia, na Grande São Paulo, onde um paciente foi torturado, espancado e morto, forçava jovens a trabalhar em obra em troca de doce e cigarro. A dona do estabelecimento, Terezinha de Cássia de Souza Lopes da Conceição (50), e um enfermeiro, Cleber Fabiano da Silva (48), são investigados no caso.
Segundo o Ministério Público de São Paulo (MP-SP), os investigados administravam uma outra unidade ilegal que internava jovens para tratar dependência química. A Unidade Terapêutica Gênesis, que fica na mesma cidade da Efatá, foi interditada há cerca de cinco anos.
Uma denúncia do MP-SP contra a dupla apontou que quatro adolescentes, de 16 e 17 anos, eram expostos a “risco” de saúde na clínica ilegal. Eles trabalhavam como serventes de pedreiro em uma obra em frente à clínica em troca de doces e cigarros, e eram obrigados a tomar remédio para dormir, “mesmo sem qualquer prescrição médica”.
As vítimas também tinham uma má alimentação e recebiam “sopa, arroz, feijão, salsicha e ovo”, segundo o MP. Elas ainda eram xingadas constantemente e “tratadas com desprezo e ignorância”, de acordo com o MP. O caso foi denunciado após um dos adolescentes fugir e pedir ajuda ao Conselho Tutelar.