Regionais : O drama do paciente que espera há anos pelo transplante de cinco órgãos de um mesmo doador
Enviado por alexandre em 13/07/2024 10:53:49

Luiz Perillo precisa de um transplante de estômago, pâncreas, fígado, intestino e rim.

Se a espera pela doação de um órgão já é difícil, imagina precisar de cinco? Essa é a história de Luiz Perillo, 35 anos, que está na fila do transplante multivisceral. Ele aguarda há três anos pela doação —em dois deles passou internado sem sair do hospital.

 

A minha vida não depende de mim, mas de um doador. Não tem o que eu possa fazer por mim mesmo a não ser esperar e me manter firme.

 

— Luiz Perillo, paciente que aguarda o transplante de cinco órgãos.

 

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A equação que pode salvar a vida de Perillo é tão complexa quanto ganhar na loteria:

 

Luiz Perillo, que aguarda o transplante de cinco órgãos, chegou a 34 kg — Foto: Arquivo Pessoal

 

Ele precisa de estômago, pâncreas, fígado, intestino e rim;


Todos os órgãos precisam estar intactos;


Precisam ser do mesmo doador;

 

Enquanto aguarda, ele ainda precisa se manter saudável para o momento da cirurgia.

 

A equação ainda tem um adicional: o procedimento não faz parte do protocolo do SUS. Isso significa que não há investimento destinado para esse tipo de cirurgia, poucos hospitais fazem e, consequentemente, há poucas vagas. Isso torna a espera ainda mais longa. (Veja abaixo o que diz o Ministério da Saúde)

 

Luiz está na fila de espera há três anos, em dois deles passou morando integralmente em um hospital. Assim como ele, outras cinco pessoas precisam desse transplante no Brasil.

 

DOIS ANOS INTERNADO E A LONGA ESPERA POR CINCO ÓRGÃOS

 

A vida de Luiz mudou quando ele descobriu que tinha trombofilia, uma doença causada por alterações na coagulação do sangue que aumentam a formação de coágulos, gerando tromboses.

 

Ele passou por uma série de internações até que em 2018 a doença atingiu a veia porta, que recebe o sangue do sistema digestivo, e levou pouco a pouco os órgãos à falência.

 

Em 2021, ele tentava lutar para salvar o intestino, mas o órgão parou de responder pela falta de circulação, resultado de uma trombose. A perda fez com que ele tivesse desnutrição severa e chegasse aos 34 kg. (Veja a imagem acima)

 

Nessa época, ele precisou de ajuda para atividades simples, dependia de máquinas para sobreviver e passou exatos dois anos e quatro meses internado, sem poder sair do hospital, de setembro de 2021 a janeiro de 2024.

 

“Eu me via naquela situação e não sabia o que ia ser o dia seguinte, se o meu corpo ia resistir”, conta.

 

TRANSPLANTE MULTIVISCERAL NÃO ESTÁ NOS PROTOCOLOS DO SUS

 

Esse tipo de transplante é o mais complexo que existe na medicina. É uma cirurgia longa, que envolve uma grande equipe e precisa de um centro cirúrgico equipado para o procedimento de horas que transfere, em uma mesma cirurgia, todos os órgãos para o paciente.

 

Ele é feito há mais de dez anos no Brasil. Apesar disso, não está no protocolo do SUS.

 

O primeiro foi feito em 2011 na rede privada e em 2014 houve o primeiro transplante multivisceral na rede pública, no Hospital das Clínicas da USP.

 

O QUE DIZ O MINISTÉRIO DA SAÚDE

 

O Ministério da Saúde diz, em nota, que "o Transplante Multivisceral (TMV) é realizado no Brasil por meio de convênios e similares. Atualmente, seis estabelecimentos de saúde estão autorizados a realizar o procedimento, sendo que quatro deles atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e estão localizados nos estados de São Paulo e Rio Grande do Sul.

 

Perillo precisa de transplante de estômago, pâncreas, fígado, intestino e rim — Foto: Arquivo Pessoal

Fotos: Reprodução

 


 

"Com relação à incorporação da tecnologia no SUS, a Secretaria-Executiva da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) recebeu a solicitação de avaliação, e o tema será pauta das próximas reuniões para discussão", informa o ministério.

 

Fonte: G1

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