A gordura é uma das nossas fontes de energia. Quando exercemos qualquer função orgânica, como respiração, batimento cardíaco, raciocínio, estamos gastando energia e para isso nosso corpo precisa produzir energia, e a gordura é uma das nossas principais fontes de energia.

Porém, isso não significa dizer que quanto mais gordura eu tiver no corpo, mais energia vou produzir. Significa que ela está ali, para ser usada. Mas, o que faz ela ser usada e, portanto, metabolizada (ou melhor dizendo “queimada”), é o exercício físico.

No processo de emagrecimento, vamos reduzindo o volume da gordura do corpo todo. Reduzir a gordura de forma localizada, em partes específicas do corpo, não acontece. Não existe nenhum exercício que se possa fazer que diminua a gordura de forma localizada. O abdominal não vai reduzir a gordura da barriga, o exercício de braços não vai queimar a gordura do bíceps ou do tríceps.

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Nem o famoso “quatro apoios” vai fazer a gordura do bumbum ou do culote desaparecer. Não. Definitivamente isso não vai acontecer. O processo de perda de gordura depende do emagrecimento e não tem como fazer o seu corpo queimar a gordura de uma região específica. Nosso organismo usa a gordura de uma forma global, a gordura do corpo todo, num processo único, que envolve balanço energético, hormônios, ritmo metabólico, etc.

O exercício que mais utiliza a gordura como fonte de energia é a atividade aeróbica. São exercícios de intensidade moderada e maior duração, como a caminhada, a corrida, o ciclismo, a natação, que você pode fazer por 10, 20, 30 minutos, ou até mesmo por horas. Já os exercícios de força são muito importantes para desenvolver a musculatura, e indiretamente também ajudam no aumento do gasto calórico e, consequente, no emagrecimento, já que quanto mais músculos se tem, maior será o ritmo metabólico e o consumo de gordura utilizado pelo corpo.

A explicação é simples: um quilo de músculo utiliza quase duas vezes mais energia (calorias) para se manter do que um quilo de gordura. Então, sim o exercício de força ajuda no processo de emagrecimento, que (de novo), acontece de forma global.

Existem estudos recentes que mostram que alguns treinos conseguem recrutar mais a gordura visceral, ou seja, da região abdominal. São exercícios de alta intensidade que promovem grande aumento de hormônios do estresse, como cortisol, e que por isso podem ter uma resposta melhor nessa queima mais localizada.

São os exercícios intervalados, famosos como HIIT (treino intervalado de alta intensidade), ou treinos curtos e com intensidade muito alta e sem intervalos. Eles são também chamados de exercícios anaeróbicos, porque não usam o oxigênio como fonte de energia e por isso não conseguimos manter por muito tempo.

A verdade é que todos nós temos um biotipo que precisamos respeitar e aceitar. Geneticamente, algumas pessoas têm mais células de gorduras em regiões diferentes de outras pessoas. Algumas pessoas acumulam mais nas regiões inferiores, como bumbum ou quadril. Outras em membros superiores, como nos braços. Muitas pessoas acumulam mais na barriga.

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E normalmente, no processo de emagrecimento, essas são as regiões que perdemos gordura “por último”. Isso ocorre, porque, além de haver mais células adiposas, há menos receptores que são responsáveis por “pegar” essa gordura e usá-la como fonte de energia, e por isso, o processo é mais demorado. 

Fonte:O Globo