Brasil : Estiagem: município amazonense tem aumento de 100% em preços de alimentos e vê poço secar
Enviado por alexandre em 05/08/2024 09:49:28

 seca que atinge o Amazonas continua castigando o município de Envira, localizado na região sudoeste do estado. Um relatório da Defesa Civil municipal divulgado na terça-feira (30) aponta que nove comunidades rurais estão isoladas e o comércio sofre com o aumento desenfreado dos preços por conta da escassez de alimentos. Um poço que atende moradores da área urbana da cidade também secou.

O fenômeno já atinge mais de 10 mil pessoas e tem causado desabastecimento na cidade. O cenário vivido em Envira é esperado para todo o estado. Isso porque, o governo do Amazonas prevê que a situação neste ano pode ser ainda pior do que a vivida no ano passado, quando foi registrada a maior seca da história do estado.

Até o momento, 20 das 62 cidades do Amazonas já estão em situação de emergência. Na capital Manaus, o Rio Negro desceu 1,61 metros só em julho.

A reportagem do Grupo Rede Amazônica teve acesso ao relatório de monitoramento da estiagem no município feito pela Defesa Civil. No documento, o chefe do órgão, Ismael Dutra, disse que pelo menos nove comunidades rurais estão isoladas:

    Comunidade Niterói (Rio Envira) – 56 afetados;
    Comunidade Lago do Zé Anjo (Rio Envira) – 112 afetados;
    Comunidade Aldeia Macapá (Rua Alto Tarauacá) – 509 afetados;
    Comunidade Lago dos Patos (Rua Alto Tarauacá) – 24 afetados;
    Comunidade Brisa (Rua Alto Tarauacá) – 39 afetados;
    Comunidade Aty III (Rua Alto Tarauacá) – 280 afetados;
    Comunidade Igarapé do Rato (Rua Baixo Tarauacá) – 80 afetados;
    Comunidade Igarapé do Repartimento (Rua Baixo Tarauacá) – 100 afetados;
    Comunidade Amarram (Rua Baixo Tarauacá) – 56 afetados.

“Já é visível o surgimento de bancos de areia no trecho do rio Tarauacá em frente à cidade, porém na comunidade foz do Rio Jurupari a situação é mais crítica, a cota é de 90 centímetros. Já houve, inclusive, relatos de naufrágios de embarcações que fazem o transporte de cargas para o município”, diz um trecho do documento.

A seca também tem provocado o aumento desenfreado dos preços de alimentos e itens de materiais de construção na cidade. Segundo Dutra, o preço do fardo de farinha, com 50 quilos, que, anteriormente podia ser adquirido por R$ 120, hoje é vendido por R$ 270. “Frangos congelados aumentaram 25%, verduras, frutas, legumes tiveram aumento de 100%”, explicou.

Além disso, materiais de construção civil também estão desaparecendo dos comércios. “Tá faltando cimento e ferro. O pouco que tem aumentou em 25%. É uma situação complicada”, explicou.

O chefe da Defesa Civil disse que um dos seis poços artesianos que atendem à sede do município secou. Para atender às comunidades foi preciso deslocar um caminhão pipa.
Foto: Divulgação/Defesa Civil Municipal

“Na rede da Companhia de Saneamento do Amazonas (Cosama) temos seis poços. Desses, cinco estão em funcionamento e um deles a vazão não é suficiente para abastecer uma das caixas distribuídas na cidade. Estamos em conversa com a Cosama municipal para perfurar mais oito metros para tentar melhorar a situação”, finalizou.

A reportagem questionou a Defesa Civil estadual para saber as medidas adotadas para minimizar os impactos da estiagem em Envira, e aguarda resposta.
Ações preventivas

As previsões indicam que a seca em 2024 pode ser tão severa quanto a de 2023. Por isso, o governo estadual decretou estado de emergência em 20 municípios, situados nas calhas do Juruá, Purus e alto Solimões.

O governo também decretou emergência ambiental no estado devido a queimadas registradas no sul do Amazonas, Manaus e região metropolitana. Os decretos têm validade de 180 dias.

Ainda conforme o governo, ações voltadas para o abastecimento de água potável, insumos e medicamentos para a saúde, produção rural, logística para a manutenção do funcionamento da rede estadual de educação, ajuda humanitária e dragagem dos rios são os principais focos do cronograma de atividades do plano de contingência do governo.

Municípios da calha do Juruá já estão recebendo medicamentos e insumos para a saúde, como Guajará, Envira e Ipixuna, segundo a Secretaria de Saúde do Amazonas. Nas localidades, com a vazante dos rios, o transporte fluvial já está sendo prejudicado.

*Com informações da Rede Amazônica AM ... - Veja mais em https://portalamazonia.com/meio-ambiente/estiagem-municipio-amazonense-tem-aumento-de-100-em-precos-de-alimentos-e-ve-poco-secar/

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