As novas gerações cresceram no universo das telas e da internet. Embora a ferramenta facilite o dia a dia, as recentes tecnologias têm gerado preocupação quanto ao desenvolvimento cognitivo e psicossocial de crianças e adolescentes. Por exemplo: quais são as consequências dessa exposição a longo prazo para os pequenos?
A coluna Claudia Meireles conversou com especialistas da área da saúde para compreender como garantir uma infância saudável mesmo diante de tantos monitores. Confira!Diante das evidências associadas ao uso de telas, diversos grupos se formaram para incentivar os pais e responsáveis que tentam driblar essas influências. Um exemplo é o Smartphone Free Childhood, uma organização de base no Reino Unido que já conta com 60.000 membros.
Mesmo com os esforços, é difícil até para os adultos se manter fora do mundo on-line. De acordo com a otorrinolaringologista Karoline, uma boa forma para prevenir os problemas associados à tela é entender as recomendações para cada faixa etária.
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Karoline também explica que as consequências em relação ao uso de telas podem ser significativas quando as crianças estão aprendendo a falar. “Estudos mostram que o uso de telas antes dos dois anos tem causado alteração tanto no processo de aprendizagem da fala quanto no desenvolvimento da criança como um todo”, revela.
A especialista revela, ainda, que o atraso na linguagem pode estar ligado com a falta de interação fora do universo digital“Quando a criança está desenvolvendo a fala, acontece um processo importante chamado de mímica facial. Os pequenos aprendem por repetição e se eles tiveram o costume de assistir muito desenho, haverá uma dificuldade maior em observar as expressões faciais. Isso, com certeza, compromete e atrasa o desenvolvimento”, alerta Karoline.Para o psicólogo clínico comportamental Jaime Pinheiro Rabelo, o uso precoce de dispositivos também pode afetar a motricidade dos pequenos.
Fotos: Reprodução
“Antes dos 3 anos, a criança ainda está desenvolvendo noções de lateralidade, equilíbrio, percebendo a própria força, tendo um maior controle de velocidade. Como o celular promove um estimulo audiovisual e motor maior dos dedos, é possível perceber que a criança acabe demorando para desenvolver uma qualidade do processo de expressão, além de desenvolver menos os outros estímulos físicos”, explica.
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A pediatra Natália Bastos aponta sobre os esforço visual das crianças ao utilizar dispositivos pequenos. “As crianças que assistem os vídeos em aparelhos menores, como celulares e tablets, têm um risco aumentado de desenvolver miopia devido ao foco prolongado em uma pequena área de luz”, explica.
Fonte: Revista Forum