Ciência & Tecnologia : Estudo brasileiro muda tudo o que sabemos sobre explosões solares
Enviado por alexandre em 23/08/2024 10:17:08

Pesquisadores compararam modelos padrão e observação reais de explosões solares e descobriram algo importante: há diferenças entre elas

O Sol está agitado nos últimos meses, frequentemente registrando manchas, explosões solares e tempestades geomagnéticas. Isso não deve parar tão cedo: o Olhar Digital reportou que o lado da estrela voltado para Terra está com quase 300 manchas (regiões que podem explodir), o maior número em 20 anos.No entanto, um estudo recente com participação de um pesquisador brasileiro pode mudar o que sabemos sobre as explosões solares.

 

Em resumo, uma explosão solar é um evento extraordinário que acontece na superfície do Sol e libera quantidades enormes e energia.De acordo com o modelo padrão das explosões solares, a energia que as desencadeia é transportada por elétrons acelerados que se precipitam da região da coroa solar para a cromosfera (camada acima da fotosfera, a superfície solar).

 

Então, através de colisões, os elétrons depositam a energia na cromosfera, causando aquecimento, ionização do plasma e radiação. As regiões onde essa energia é depositada são chamadas de “pés” de arco de explosão. Normalmente, elas aparecem em pares magneticamente conectados.

 

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Um estudo publicado recentemente no periódico Monthly Notices of the Royal Astronomical Society resolveu testar a validade desse modelo padrão. Para isso, os pesquisadores compararam dados de observações do telescópio McMath-Pierce durante a erupção SOL2014-09-24T17:50 com simulações computacionais das explosões solares.

 

O objetivo era medir o lapso temporal na emissão de radiação infravermelha de duas fontes cromosféricas pareadas.De acordo com Paulo José de Aguiar Simões, professor da Escola de Engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenzie e primeiro autor do artigo, houve uma diferença importante entre os dados do modelo padrão e da observação feita pelo telescópio.

 

Foto: Reprodução

 

Ele explicou à Agência FAPESP que, como os pés de arco estão pareados e os elétrons incidem na mesma parte da coroa solar, com trajetórias semelhantes, seria de se esperar (com base no modelo) que as duas manchas brilhassem quase simultaneamente. Não foi isso que a observação feita pelo telescópio mostrou: houve um atrasou de 0,75 segundo entre um brilho e outro.Esse número pode parecer irrelevante, mas não é. Segundo o modelo padrão desse tipo de fenômeno, um atraso máximo chegaria a apenas 0,42 segundo, pouco mais da metade do que foi observado.

 

Então, a equipe usou diversas simulações do que poderia acontecer na região solar para causar essa diferença no tempo. Em todos os cenários, a diferença no tempo foi muito menor do que a realidade observada.Eles também exploraram cenários de assimetria entre os pés de arco, na esperança de que a diferença na intensidade entre eles causaria esses atrasos na reação. Novamente, a análise dos dados do telescópio mostraram resultados diferentes da observação. Nesse caso, a simulação com radiações diferentes não justificou o atraso observado.

 

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Além disso, as simulações mostraram que os tempos de ionização e recombinação da cromosfera são rápidos demais e não justificam o atraso.Não foi possível desvendar o atraso de 0,75 segundo entre as emissões dos pés de arco. Ou seja, nenhum dos processos simulados a partir do modelo padrão das explosões solares deu conta de explicar a realidade.A conclusão dos pesquisadores foi direta: reformular o modelo padrão, considerando o atraso observado e possíveis mecanismos adicionais ainda desconhecidos. 

 

Fonte: Olhar Digital

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